A 3° audiência de instrução e julgamento que investiga a morte da pequena Sophia de Jesus Ocampo, de apenas 2 anos de idade, ocorreu na tarde desta sexta-feira, 26 de maio, na 1ª Vara do Tribunal do Júri, em Campo Grande (MS). Os réus Stephanie de Jesus da Silva, de 24 anos e, Christian Campocano Leitheim, de 25, estiveram presentes.
Na data, 8 testemunhas de defesa participaram da reunião após a última audiência que ocorreu no dia 19 de maio, ser cancelada por bate-boca entre o advogado de defesa do Christian, Willer Almeida com o juiz, Carlos Alberto Garcete. Entre as ouvidos nesta sexta-feira (26), estava o legista criminal.
Conforme apurado pelo Diário Digital, essa foi a reunião com apresentação de laudos, depoimentos das testemunhas e que, por fim, será feito o interrogatório dos réus que são acusados por homicídio. Sendo assim, o próxima etapa é juntar as alegações finais e, em seguida, o juiz irá decidir se os réus vão ou não a júri popular.
Segundo o advogado de defesa de Christian, Renato Cavalcante Franco, afirma que procura dentro de qualquer processo criminal o esclarecimento dos fatos. “Esse é o primordial e só vai ser possível a partir de oitiva em que o promotor de Justiça busca nos documentos e também dos depoimentos prestados pelas testemunhas, pelo próprio médico legista e pelas pessoas que estão a roladas dentro do processo”.
“Desta forma, a defesa técnica do Christian quer o esclarecimento dos fatos. Trazemos nossa interpretação de acordo com a conduta de cada um deles e, agora se vai ser acolhida, vai depender dos jurados”, explicou Franco.
O caso – A pequena foi assassinada pela própria mãe, Stephanie de Jesus da Silva e pelo padrasto, Christian Campocano Leitheim, no dia 26 de Janeiro.
O laudo de necrópsia confirmou que a Sophia foi morreu em decorrência de um traumatismo raquimedular, isto é, lesão na coluna vertebral. Foi constatado também que a criança também foi estuprada porém, “não recente”. Além disso, a bebê foi morta entre 9h e 10h, mas só foi levada para unidade de saúde às 17h.
Na tarde do dia 26 de fevereiro, a mãe da pequena a levou já morta à UPA Coronel Antonino na Capital. A criança tinha várias lesões pelo corpo e as partes íntimas pareciam excessivamente dilatadas. A suspeita de estupro foi confirmada.
Ao ser informada sobre o óbito, a mãe não teria esboçado surpresa ou remorso, segundo descreve o registro policial. A Polícia Civil afirma que as investigações apontam que o padrasto teria orientado a genitora a dizer que a criança “caiu do playground [parquinho]”.
Investigadores do Grupo de Operações e Investigações (GOI) foram acionados até a UPA. A princípio, a mãe negou que agredia a menina. Relatou que trabalhava durante o dia e que a filha ficava sob cuidados do padrasto. Então, apontou que o homem batia na menina com tapas e socos, para “corrigi-la” e afirmou, inclusive, que participava das agressões.
Durante as investigações, o que chamou atenção da Polícia Civil é que a menina havia sido atendida mais de 30 vezes na unidade de pronto atendimento. Inclusive, em uma delas, a criança estava com a perna quebrada. Com a apuração, foi constatado que a pequena teve a perna quebrada com um chute do padrasto, Christian.
Com todas as constatações, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) denunciou Stephanie e Christian por homicídio triplamente qualificado e estupro de vulnerável. Além do homicídio, Stephanie foi denunciada pela omissão de socorro da menina.