A Coca-Cola foi alvo de críticas na internet nesta sexta-feira (14) após
divulgar uma foto de integrantes do “Comitê da Diversidade” da empresa.
O grupo forma o núcleo do comitê dedicado à diversidade sexual da
empresa, responsável pela criação de uma campanha interna contra a
homofobia em junho. No entanto, o que chamou a atenção nas redes sociais
foi que a imagem retrata apenas homens brancos.
As críticas acontecem dias depois de a
empresa promover uma ação interna distribuindo aos funcionários da sede
da empresa no Rio de Janeiro latas de Coca-Cola com Fanta Laranja
dentro. A estampa dizia “É Fanta e daí”. A ideia, segundo a empresa, era
fazer a apropriação de um trocadilho homofóbico largamente difundido.
empresa promover uma ação interna distribuindo aos funcionários da sede
da empresa no Rio de Janeiro latas de Coca-Cola com Fanta Laranja
dentro. A estampa dizia “É Fanta e daí”. A ideia, segundo a empresa, era
fazer a apropriação de um trocadilho homofóbico largamente difundido.
O
G1 conversou com Vanessa Stocco, gerente de talentos e desenvolvimento
da Coca-Cola Brasil, sobre as críticas recebidas pela empresa nesta
sexta. Ela explicou que a foto é do comitê de diversidade LGBT da
empresa, um dos que formam o grupo de diversidade. Veja abaixo:
G1 conversou com Vanessa Stocco, gerente de talentos e desenvolvimento
da Coca-Cola Brasil, sobre as críticas recebidas pela empresa nesta
sexta. Ela explicou que a foto é do comitê de diversidade LGBT da
empresa, um dos que formam o grupo de diversidade. Veja abaixo:
Como a empresa vê as reclamações?
Foi
uma infelicidade a foto e o título da matéria (Conheça parte do Comitê
LGBT+ que está trabalhando a diversidade sexual na Coca-Cola Brasil). A
foto daquela matéria a gente fez com foco nessa inciativa LGBT, que
inclusive foi uma enorme surpresa positiva a campanha de dias atrás. Era
apenas para o público interno, estamos começando a discutir isso.
uma infelicidade a foto e o título da matéria (Conheça parte do Comitê
LGBT+ que está trabalhando a diversidade sexual na Coca-Cola Brasil). A
foto daquela matéria a gente fez com foco nessa inciativa LGBT, que
inclusive foi uma enorme surpresa positiva a campanha de dias atrás. Era
apenas para o público interno, estamos começando a discutir isso.
Por que a Coca-Cola divulgou aquela foto? Por que só tem homens brancos?
A
iniciativa (da lata) viralizou de uma forma maravilhosa, a gente não
imaginava essa dimensão. Hoje, para a gente se posicionar, publicamos a
nota. Aquela foto específica é um recorte do comitê, que é o grupo que
hoje está focado em LGBT.
iniciativa (da lata) viralizou de uma forma maravilhosa, a gente não
imaginava essa dimensão. Hoje, para a gente se posicionar, publicamos a
nota. Aquela foto específica é um recorte do comitê, que é o grupo que
hoje está focado em LGBT.
Como os homens que apareceram na foto receberam as críticas?
É
engraçado porque tem alguns que na timeline deles só receberam elogios,
pessoas dizendo “que iniciativa bacana”. E tem outros que estão
recebendo uma ou outra crítica de que a foto não mostra diversidade.
(…) O grupo que está trabalhando aqui, do comitê, ficou tão feliz no
início da semana, com aquele buzz todo da “Coca é Fanta”, e aí hoje vem o
balde de água fria. A ideia era colocar todo mundo do comitê, mas por
questão de agenda a gente não conseguiu e ficou enviesado. Mas a gente
entende que as pessoas têm pouca paciência para ler a matéria, vê o
título, vê a foto e já julga. Mas, de qualquer forma, toda discussão é
bem-vinda, para o bem e para o mal. Traz uma reflexão para a gente, como
grupo, para nosso time de comunicação. É importante, a gente quer mesmo
estar nas discussões. A gente reconhece que teve alguns avanços, mas
existe uma vontade enorme de fazer mais.
engraçado porque tem alguns que na timeline deles só receberam elogios,
pessoas dizendo “que iniciativa bacana”. E tem outros que estão
recebendo uma ou outra crítica de que a foto não mostra diversidade.
(…) O grupo que está trabalhando aqui, do comitê, ficou tão feliz no
início da semana, com aquele buzz todo da “Coca é Fanta”, e aí hoje vem o
balde de água fria. A ideia era colocar todo mundo do comitê, mas por
questão de agenda a gente não conseguiu e ficou enviesado. Mas a gente
entende que as pessoas têm pouca paciência para ler a matéria, vê o
título, vê a foto e já julga. Mas, de qualquer forma, toda discussão é
bem-vinda, para o bem e para o mal. Traz uma reflexão para a gente, como
grupo, para nosso time de comunicação. É importante, a gente quer mesmo
estar nas discussões. A gente reconhece que teve alguns avanços, mas
existe uma vontade enorme de fazer mais.
Quando a empresa criou o grupo para discutir diversidade?
A
gente começou em 2012 com o tema de gênero, com discussões sobre
empoderamento feminino. Em 2014, a gente expandiu esse comitê,
entendendo que a gente está falando de diversidade como um todo, e não
só de gênero. De formar líderes que vão ter formas de pensar diferentes
entre si. As empresas hoje estão se palpando em estudos que (apontam
que) as mais diversas são as que trazem mais inovação.
gente começou em 2012 com o tema de gênero, com discussões sobre
empoderamento feminino. Em 2014, a gente expandiu esse comitê,
entendendo que a gente está falando de diversidade como um todo, e não
só de gênero. De formar líderes que vão ter formas de pensar diferentes
entre si. As empresas hoje estão se palpando em estudos que (apontam
que) as mais diversas são as que trazem mais inovação.
Além do “comitê LGBT”, quais são os outros que foram criados depois?
A
gente tem um grupo que desenvolve o tema de raça, outro sobre os
deficientes físicos, outro sobre gerações diferentes e, por fim, LGBT.
Ele foi criado no final do ano passado, e a gente começou a desenvolver
agora.
gente tem um grupo que desenvolve o tema de raça, outro sobre os
deficientes físicos, outro sobre gerações diferentes e, por fim, LGBT.
Ele foi criado no final do ano passado, e a gente começou a desenvolver
agora.
Qual o critério para fazer parte desses grupos? Tem gays nesse comitê sobre as questões LGBT?
São
pessoas da organização, de diferentes áreas, não são grupos só do RH.
Quando a gente começou a divulgar e resolveu ampliar o comitê, a gente
fez um convite para quem tivesse interesse. O critério é o valor
individual de cada um. Mas, como são temas pessoais, a gente acaba
construindo por exemplo um grupo de deficientes que tem deficientes, no
grupo de negros tem alguns negros pensando em iniciativas, o grupo LGBT é
formado por pessoas LGBT. No grupo de mulheres tem mulheres, mas tem
também o cuidado de trazer homens para essa iniciativa. No de gerações
tem duas gerações: millennials e baPor boomers.
pessoas da organização, de diferentes áreas, não são grupos só do RH.
Quando a gente começou a divulgar e resolveu ampliar o comitê, a gente
fez um convite para quem tivesse interesse. O critério é o valor
individual de cada um. Mas, como são temas pessoais, a gente acaba
construindo por exemplo um grupo de deficientes que tem deficientes, no
grupo de negros tem alguns negros pensando em iniciativas, o grupo LGBT é
formado por pessoas LGBT. No grupo de mulheres tem mulheres, mas tem
também o cuidado de trazer homens para essa iniciativa. No de gerações
tem duas gerações: millennials e baPor boomers.
Para que servem esses grupos?
Para
cada um desses temas, a gente vai desenhando estratégias. No ano
passado, por exemplo, a gente criou um programa de jovem aprendiz, e a
gente focou em 15 jovens negros. Outro exemplo: para o nosso programa de
treinee do ano passado, a gente abriu mão de exigir o inglês fluente
porque, no nosso país, vamos ter pessoas supercompetentes que tiveram
educação diferente. As organizações vinham se palpando em critérios que
talvez não se apliquem nos dias de hoje. Então, vamos trazer aqueles que
têm o perfil e os valores que a gente quer como organização e, aqui
dentro, criamos benefícios para aprender idiomas. A gente vai tirando
algumas barreiras sociais que as organizações acabaram criando.
cada um desses temas, a gente vai desenhando estratégias. No ano
passado, por exemplo, a gente criou um programa de jovem aprendiz, e a
gente focou em 15 jovens negros. Outro exemplo: para o nosso programa de
treinee do ano passado, a gente abriu mão de exigir o inglês fluente
porque, no nosso país, vamos ter pessoas supercompetentes que tiveram
educação diferente. As organizações vinham se palpando em critérios que
talvez não se apliquem nos dias de hoje. Então, vamos trazer aqueles que
têm o perfil e os valores que a gente quer como organização e, aqui
dentro, criamos benefícios para aprender idiomas. A gente vai tirando
algumas barreiras sociais que as organizações acabaram criando.
E no caso das mulheres?
No
caso de gênero, a gente criou uma política de que todas as posições
abertas têm que ter 50% de candidatos entrevistados homens e 50%
mulheres. E os entrevistadores também.
caso de gênero, a gente criou uma política de que todas as posições
abertas têm que ter 50% de candidatos entrevistados homens e 50%
mulheres. E os entrevistadores também.
Tem algum ponto a acrescentar?
Eu
acho que tem um tema muito importante: a jornada. As empresas começaram
ontem. Se a gente pensar que em 2012 começou a discutir o papel da
mulher nas organizações, eu fico até ofendida. E outros temas são ainda
mais difíceis. O importante é que a gente tem consciência de que precisa
evoluir. E essa evolução tem que durar. Não é para 2017, é para sempre.
acho que tem um tema muito importante: a jornada. As empresas começaram
ontem. Se a gente pensar que em 2012 começou a discutir o papel da
mulher nas organizações, eu fico até ofendida. E outros temas são ainda
mais difíceis. O importante é que a gente tem consciência de que precisa
evoluir. E essa evolução tem que durar. Não é para 2017, é para sempre.
Fonte: G1