Depoimentos de delatores da Operação Lava Jato colocam mais um
político maranhense entre os acusados de receber propina para Caixa 2 de
campanha eleitoral. Desta vez, o nome citado é do ex-prefeito de são
Luís, João Castelo (PSDB), que morreu no fim de 2016.
Segundo o
depoimento do ex-executivo da Odebrecht, Raymundo Santos Filho, foram
repassados R$ 200 mil a Castelo em 2008 oriundos das obras de expansão
do porto de Itaqui. Ainda de acordo com Filho, o dinheiro foi repassado
em mãos a filha do ex-prefeito, ex-deputada estadual, Gardenia Castelo.
O
dinheiro foi uma contribuição pedida pelo tucano em 2008 para a
campanha para a Prefeitura de São Luís, que Castelo acabou sendo eleito.
Sobre
as acusações, a ex-deputada Gardênia Castelo negou que tenha recebido
qualquer valor e negou também conhecer Raymundo Filho. Segundo ela, as
declarações do delator são levianas e irresponsáveis.
“Nunca vi,
não conheço e muito menos recebi qualquer dinheiro desse senhor. Ou
qualquer outra colaboração. Essas declarações são levianas e
irresponsáveis feitas a mim, que estou aqui para me defender, e ao meu
pai, que não está mais aqui para responder”, afirmou Gardênia Castelo.
Sobre
as negociações citadas pelo ex-executivo da Odebrecht que fez a relação
da propina com as obras no Porto do Itaqui, a ex-deputada disse que era
impossível tal negociação porque na gestão do pai (de janeiro de 2007
até abril de 2008) não houve qualquer repasse do Governo Federal para
obras no Porto.
Ela disse ainda que as contas de gestão de Castelo
à frente do Porto do Itaqui foram aprovadas pelo Tribunal de Contas da
União (TCU).
“Quando João Castelo esteve à frente da Emap não
houve liberação de verba federal para obras. Além disso, digo com
orgulho que as contas de gestão de Castelo na Emap foram aprovadas sem
ressalvas pelo TCU”, afirmou a ex-deputada.