O deputado federal Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), mais
conhecido como Tiririca, é acusado de assédio sexual por uma ex-babá da
filha dele. Maria Lúcia Gonçalves Freitas de Lima, 41 anos, registrou
queixa na 10ª Delegacia de Brasília, de acordo com o jornal “O Globo”.
Ela também entrou com uma reclamação trabalhista.
O parlamentar nega o fato e alega que é vítima de extorsão. Ele
alega que a ex-funcionária cobrou R$ 100 mil para ele. Tiririca e a
mulher prestaram uma queixa contra a profissional. Eles afirmam que ela
foi demitida por consumir bebida alcoólica durante o trabalho.
Maria Lúcia trabalhou entre 1º de março de 2016 e 29 de junho deste
ano. Ela foi demitida sem justa causa. No depoimento para a polícia, a
ex-babá alega que o assédio aconteceu durante uma viagem com a família
para São Paulo em maio. Na ocasião, ela afirma que o deputado chegou no
apartamento em que estavam exalando “odor etílico”. Ele teria agarrado a
ex-funcionária, que, segundo ela, foi jogada no sofá.
A ex-empregada afirma que foi segurada com força por trás pelo
ex-patrão, que teria dito que faria sexo anal e vaginal com ela. Maria
Lúcia diz que conseguiu fugir e ficou atrás do móvel, enquanto Tiririca
teria corrido atrás dela com as calças nos joelhos.
Segundo ela, o fato foi presenciado pela mulher do deputado, por
assessores do político e pela filha de 8 anos. A criança teria defendido
a ex-funcionária, enquanto os demais riam da cena. A menina teria
empurrado o pai, que caiu no chão.
Dois dias depois, a família seguiu para um sítio em Fortaleza, no
Ceará, onde Tiririca teria continuado assediando a profissional, fazendo
comentários de cunho sexual, além de ter alisado os cabelos e nádegas
dela. Maria Lúcia ainda afirma que foi chantageada com garantia do
emprego para ter relações sexuais com o deputado.
Ela disse que foi procurada pela mulher do parlamentar, que alegou
que o marido gostava da ex-funcionária. Maria Lúcia negou que tenha
cobrando R$ 100 mil para o casal.
O caso foi encaminhado para o Supremo Tribunal Federal (STF), já que
Tiririca tem foro privilegiado. O processo foi encaminhado para o
ministro Celso de Mello. Ele determinou a mudança da etiqueta dos autos
de “crime contra o patrimônio/extorsão” para “crime contra a liberdade
sexual”.
O ministro argumenta que a acusação contra a doméstica deve ser
analisada em primeiro grau, já que ela não dispõe de foro privilegiado.
Com informações do Uol.com