Eu nunca imaginei escrever um texto como esse. Nunca imaginei que
algo que eu luto contra fosse me fazer de vítima um dia”. É assim que
Mateus Henrique, um jovem de 23 anos, começa seu desabafo em uma
postagem no Facebook.
O rapaz foi vítima de um estupro no último
domingo, 20, em Uberaba, interior de Minas Gerais. De acordo com o G1, o
crime foi registrado pela Polícia Militar, e o boletim de ocorrência
informa que o jovem foi encontrado pela polícia com as mãos e os pés
amarrados, às margens de uma entrada do Bairro Jardim Eldorado após uma
denúncia anônima.
A polícia também informou que, após receber os
primeiros socorros no hospital, a médica plantonista constatou a
violência sexual. Ainda não há sinal do suspeito do crime.
Ao G1, o
jovem disse estar recuperando-se dos ferimentos em casa e tomando
medicamentos para tentar manter a calma, enquanto aguarda o início das
investigações que podem localizar seu agressor.
O relato
“Na
manhã desse último domingo, durante minha caminhada matinal, eu,
Mateus, homem cis, 23 anos, fui vítima de um estupro. Não foi sequestro,
não foi assalto e mesmo que pareça, não foi homofobia. Foi estupro”,
disse o jovem no Facebook.
De acordo com o relato do rapaz, ele
foi abardado por um homem armado que estava em um carro. Sem tem como
fugir, ele teve que entrar no carro e acabou sendo torturado e estuprado
pelo homem.
Mateus Henrique ainda conta que o homem tinha a
intenção de capturar uma mulher, mas como não conseguiu, atacou o jovem.
“‘Parabéns, você salvou uma mulher hoje’ disse ele depois de me
amordaçar, amarrar e mandar correr descalço no asfalto quente antes que
ele voltasse com outra ideia”, relata Mateus.
No relato, o rapaz
ainda conta que teve dificuldades de conseguir ajuda e nem os policiais
ou a equipe médica que o atendeu estavam preparados para atender um caso
similar ao seu.
“Sempre achei brega as pessoas que usam o
Facebook como diário. Porém, numa sociedade tão cretina como a nossa é
importante reafirmar que estupro existe e não é mimimi. Existe, e homens
– gays, héteros, bi – não são imunes”, continua Mateus.
Mateus
finaliza o relato se perguntando se a postagem na rede social serviria
para alguma coisa. “Acreditem, eu escrevo esse texto com muita dor,
relutância, vergonha e absolutamente nenhum orgulho. Debati comigo mesmo
várias vezes se isso realmente ia servir de alguma coisa e pode ser que
eu me arrependa”, diz.
A postagem de Mateus teve mais
de 14 mil reações e 2,7 mil compartilhamentos na rede social. Confira o
relato assustador de um rapaz que teve a coragem de contar sobre um ato
de violência que atinge milhares de mulheres ao redor do mundo, mas que
também pode acontecer com um