Um menino de 11 anos teve o corpo perfurado com um espeto usado no preparo de churrasco. O acidente ocorreu na última quinta-feira (18/1), em Toritama, Agreste de Pernambuco. Somente neste domingo (21) o caso tornou-se público, após a circulação da imagem nas redes sociais.
A criança foi atendida inicialmente no Hospital Municipal Nossa Senhora de Fátima, e depois transferida para o Hospital da Restauração, na área Central do Recife, onde passou por cirurgia e segue internada. O garoto não corre risco de morte e não teve perfuração de órgãos vitais;
Apesar da polícia não divulgar detalhes de como aconteceu o incidente, uma enfermeira informou que o menino brincava com outro amigo, quando se desequilibrou e caiu de uma escada em cima do espeto. Ainda segundo a profissional, durante o atendimento, o menino estava tranquilo, não se desesperou nem perdeu a consciência.
“Milagre”. Foi assim que a equipe médica classificou o caso do menino, de 10 anos, que sobreviveu mesmo depois de ter o coração atravessado por um espeto. De acordo com a cirurgiã vascular Andrea Rolim, apesar da gravidade da lesão, a criança chegou ao Hospital da Restauração (HR), na área central do Recife, conversando, respondendo a perguntas e tranquila.
Outra versão sobre o acidente
O acidente ocorreu quando o garoto caiu de uma escada em cima de um tonel onde estavam equipamentos para fazer churrasco, em Toritama, no Agreste, distante 170 quilômetros da capital.
“O espeto acertou em cheio o coração. Geralmente, em casos parecidos, os pacientes chegam aqui em situação gravíssima ou, realmente, nem chegam. Isso é uma situação muito rara. Poucas vezes, vimos algo assim. Eu nunca tinha visto. Foi um verdadeiro milagre”, pontuou a médica.
Segundo a explicação da equipe médica do HR, o próprio espeto serviu para evitar o sangramento. De acordo com a cirurgiã vascular, o objeto vibrava junto com as batidas do coração. O menino está internado na unidade de saúde desde o acidente, ocorrido na quinta-feira (18).
Essa vibração ajudou a equipe a fazer o diagnóstico. “A gente desconfiou que tinha uma lesão cardíaca ou o espeto estava muito próximo do coração. O objeto funcionou como uma compressão. Ele fez o buraco e também tampou essa abertura. Então, não teve sangramento”, explicou Andrea Rolim.
Para a equipe médica, o fato de ninguém ter mexido no objeto foi primordial para salvar a vida da criança. Qualquer movimento de retirada poderia ter causado um grave sangramento, levando o menino a óbito.
“Ele é um garoto com muita garra, com muito ânimo. Ele e a família estavam muito tranquilos. Isso ajudou muito o nosso trabalho. Os primeiros socorros, feitos pela equipe do Hospital Nossa Senhora de Fátima [em Toritama], foram muito importantes também”, comentou a cirurgiã vascular do HR Claudia Albuquerque.
No Recife, a criança foi recebida por uma equipe multidisciplinar. Com extremo cuidado, o procedimento cirúrgico demorou cerca de uma hora e meia. “Fomos cauterizando o ferimento à medida que retirávamos o espeto. Tudo com muito cuidado”, concluiu Andrea Rolim.
O menino já teve alta da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas segue internado no hospital. Ele apresenta boa recuperação, segundo Claudia Albuquerque. “Ele fez exames para avaliar o coração. Está bem e respira sem a ajuda de aparelhos. A previsão é de uma alta precoce”, comemora.