Dados do Ministério da Saúde mostram que o número de mulheres que tiveram filhos após os 40 anos aumentou quase 50% em 20 anos. Se, em 1995, 51.603 foram mães após essa idade, em 2015, o número chegou a 77.247. Em 2015, 72.391 mulheres foram mães entre a faixa etária específica entre 40 e 44 anos, contra as 46.506 que foram mães na mesma faixa etária em 1995. Os dados são os mais recentes disponibilizados pelo Ministério da Saúde.
O relógio biológico feminino é um dos principais fatores que determinam o sucesso de uma gravidez. “O auge da vida reprodutiva feminina acontece no intervalo entre 25 e 35 anos. Como a mulher já nasce com todos os óvulos, com o passar do tempo, existe uma diminuição na quantidade e uma piora na qualidade. Assim, a partir dos 35 anos, a chance de gravidez começa a diminuir gradativamente e, aos 40, ela é de cerca de 10%”, explica a ginecologista e especialista em reprodução assistida Cláudia Navarro.
“Quando a mulher quer planejar uma gravidez futura, ela pode recorrer à criopreservação e, depois, quando optar por ser mãe, contar com a técnica de fertilização. Mas vale sempre ressaltar que a idade é um fator que interfere nas chances de uma gravidez”, destaca a médica.
Será que tenho problemas de infertilidade?
Se as tentativas naturais de uma gravidez foram frustradas nos últimos meses, ou anos, o casal deve procurar ajuda médica para avaliar a fertilidade. No caso da mulher, há exames que podem ajudar a conhecer melhor o corpo, afirma Cláudia. Análises da reserva ovariana, por exemplo, oferecem informações que serão avaliadas pelo médico, que irá determinar qual a melhor opção no tratamento daquele casal.
“Existem técnicas que induzem a ovulação, por exemplo. Já as técnicas de reprodução assistida são indicadas para casos mais graves de infertilidade”, exemplifica a especialista. Entre as técnicas laboratoriais, a fertilização in vitro é a mais conhecida. Após a fecundação em laboratório, os embriões formados são transferidos para o útero.
Sobre Cláudia Navarro
Cláudia Navarro é ginecologista, especialista em reprodução assistida e diretora clínica da Life Search. Graduada em medicina pela UFMG em 1988, Cláudia titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela instituição federal. Atua na área de ginecologia e obstetrícia, com ênfase em reprodução humana, trabalhando principalmente os seguintes temas: infertilidade, reprodução assistida, endocrinologia ginecológica, doação e congelamento de gametas