O enfermeiro e líder comunitário deixa um legado de dedicação, generosidade e compromisso com os mais necessitados.
O eixo Itaqui-Bacanga, em São Luís, e a cidade de Bacurituba, na Baixada Maranhense, perderam, na noite de 10 de março, um dos seus maiores nomes na luta comunitária e política. O enfermeiro Pedro Thomaz Silva Costa faleceu no Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I), deixando um legado de dedicação aos mais necessitados.
Com uma trajetória marcada pelo compromisso social, Pedro foi referência em sua comunidade. Sempre presente nas lutas por melhorias, atuou com humildade e determinação em defesa do bem-estar da população. Sua generosidade era inconfundível: além de atender pacientes no hospital onde trabalhava, acolhia em sua casa pessoas vindas do interior para tratamento médico na capital.
O corpo de Pedro foi trasladado na manhã do dia 11 para Bacurituba, onde foi sepultado às 16h no cemitério municipal. A despedida foi marcada por emoção e homenagens de familiares, amigos e lideranças comunitárias.
Uma vida dedicada ao próximo
Pedro Costa nasceu em 28 de janeiro de 1960, na então vila de São Bento Velho, hoje município de Bacurituba. Era filho de João da Cruz Costa e Ana Rosa Silva Costa (falecida).

Ainda jovem, mudou-se para São Luís, onde começou sua trajetória profissional. Trabalhou na construção civil, no Colégio Ateneu Teixeira Mendes e nos Correios antes de se formar em Enfermagem e ingressar no Socorrão I.
Apesar de sua vida profissional na capital, nunca se afastou de Bacurituba. Atuou como assessor da ex-prefeita Filuca de Sibá e foi presidente municipal do PMDB (atual MDB). Disputou várias eleições para vereador, tornando-se conhecido pelo número 15.000, sua marca registrada. Em 1992, concorreu à Câmara Municipal de São Luís e apoiou a candidatura da ex-prefeita Conceição Andrade.

Divertido e carismático, Pedro gostava de repetir sua frase favorita: “Vamos fazer a política da boa vizinhança.” Seu jeito simples conquistou muitos amigos e admiradores ao longo da vida.
Família e despedida
Pedro Costa deixa um legado de amor ao próximo. Ele era pai biológico de Emanoel Araújo (Maninho) e Jurandir Soares, e pai adotivo de Lucas Costa, Estefani, Marquinhos e Marcielle.
Seus irmãos, João Máximo Silva Costa, Benedito Fideles Costa, Maria Costa, Ângela Maria Costa, Manoel da Conceição Costa, Teresina de Jesus Costa, Raimunda Rosa Costa, Manoela Costa e Maria das Dores (falecida), também lamentaram a partida do irmão. Sua prima Maria Benedita, conhecida como Bita, emocionou-se ao falar sobre a perda.

MDB em Bacurituba
Sebastião Santos, líder comunitário da Vila Dom Luís, destacou a importância de Pedro Costa para a região: “Ele contribuiu significativamente para o avanço da nossa comunidade, sempre com um olhar voltado para os mais humildes.”
Com formação em Administração Hospitalar, Pedagogia e um bacharelado em Direito em fase de conclusão, Pedro dedicou sua vida ao serviço público. No Socorrão I, não era apenas um enfermeiro; era um porto seguro para muitos que precisavam de apoio. Sua casa sempre esteve aberta para aqueles que chegavam à capital em busca de tratamento médico.
A morte de Pedro Costa deixa um vazio irreparável. Seu legado, no entanto, permanece vivo na memória de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo.
Homenagem do filho Lucas
O Rei sem Coroa
O deslumbre da sua exuberância tinha como ponto mais crucial a sua excentricidade.
Era o conto do homem que ajudava sem ser visto, que chorava sem que ninguém enxergasse suas lágrimas.
Preferia a solidão, pois nela caminhava pelos rastros do amargor da vida, carregando a experiência
de quem sabia o que ninguém sabia.Sonhou com uma política de boa vizinhança, mas foi sabotado por aqueles a quem queria ajudar.
O sol queimava sua pele, e ele andava.
Suava, sentia dor, mas seguia com toda a força do mundo.
Tinha uma força que só se apagaria com sua morte.
E teve.O coração do rei bateu forte por tantos—por ingratos e por gratos.
E quando parou, correram.
“Entreguem a coroa ao rei”, disseram.
Mas já era tarde.Se ao menos tivessem retribuído em vida, teriam sentido a generosidade de um rei
que, sozinho, foi sua própria monarquia—e ninguém viu.
O rei sem coroa não era rei,
Mas estendeu a mão e alcançou onde ninguém alcançava.Covardia mata.
O rei sem coroa morreu,
Mas sua bondade viveu.Homenagem de Lucas Costa ao seu pai, Pedro Thomaz Silva Costa.
