O pronunciamento do deputado estadual Carlos Lula (PSB), feito na tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão, nesta quinta-feira (23), provocou polêmica e desconfiança no meio político.
Durante o discurso, o parlamentar afirmou ter determinado toque de recolher para sua filha, em razão dos episódios de violência registrados nos últimos dias em São Luís.
A fala do deputado, que integra o grupo político ligado ao ex-governador Flávio Dino e ao vice-governador Felipe Camarão, foi interpretada por parte da classe política como um gesto de torcida pelo caos, num momento em que a população espera união e soluções concretas contra o avanço das facções criminosas.
Segundo analistas políticos, o grupo dinista parece articular uma estratégia para desgastar o governador Carlos Brandão (PSB), em meio à crise na segurança pública.
Histórico de violência e coincidências políticas
Observadores lembram que, entre 2013 e 2014, o Maranhão viveu uma intensa guerra de facções, justamente às vésperas das eleições estaduais daquele ano — quando o então sucessor de Roseana Sarney foi eleito no primeiro turno. Após aquele período, as disputas entre facções praticamente cessaram.
Curiosamente, até março deste ano, não havia registros expressivos de confrontos entre grupos criminosos. No entanto, pouco tempo depois de o governador Brandão anunciar o sobrinho Orleans Brandão para cargo estratégico no governo, voltaram a ocorrer conflitos em diferentes regiões da capital.
Áudios vazados e suspeitas de articulação política
Recentemente, áudios vazados atribuídos ao deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) teriam revelado articulações políticas envolvendo aliados como Carlos Lula, Othelino Neto e outros nomes ligados ao grupo de Flávio Dino.
De acordo com o jornalista Marcelo Minard, que trouxe à tona o conteúdo, e a jornalista Carla Lima, do Sistema Mirante, os áudios indicariam a existência de um movimento interno para fragilizar a imagem do atual governo.
Críticas à postura do deputado
O discurso de Carlos Lula, classificado como precipitado por adversários, acabou sendo visto como um ato de oportunismo político, em um momento de tensão e medo entre os ludovicenses.
Ao afirmar que “São Luís não é um lugar seguro” e orientar os cidadãos a “evitarem sair de casa”, o deputado — em vez de buscar soluções junto ao governo e à população — teria, segundo críticos, contribuído para ampliar o clima de insegurança.
A fala levantou ainda mais suspeitas sobre quem realmente se beneficia do cenário de caos que assusta o povo da capital maranhense.











