Na próxima semana vai ser encerrado o prazo da janela partidária, que permite aos detentores de mandato no último ano a trocarem de legenda sem que sofram consequências da lei da fidelidade partidária. E neste últimos dias, atenção se volta para o caso do deputado federal Waldir Maranhão (Avante).
O parlamentar quer entrar no Partido dos Trabalhadores (PT) para disputar a vaga de senador neste ano. Waldir cobra compromisso assumido pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e pelo ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2015, na época do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, de que Maranhão seria candidato ao Senado com apoio do PT e na chapa de Dino.
Três anos depois do vexame de Maranhão quando assumiu a presidência da Câmara dos Deputados e tentou anular a sessão que decidiu que o impeachment de Dilma deveria prosseguir, o deputado verifica que o compromisso não deverá ser cumprido.
Da parte do PT, Waldir Maranhão enfrenta a forte rejeição da militância do partido. A direção estadual e também a nacional, maioria dos petistas já manifestou que não quer o deputado federal nos quadros da sigla.
Somente dois nomes do PT articulam ainda a entrada de Waldir no partido: o deputado estadual Zé Inácio e o ex-secretário de Esportes, Márcio Jardim. O segundo chegou a dizer que desiste da candidatura ao Senado pelo PT para abrir espaço para Maranhão.
Esta forma seria a oportunidade de Jardim pressionar o governador Flávio Dino a cumprir o acordo firmado em 2015. Uma espécie de “vingança” por ter sido preterido no cargo do primeiro escalão que ocupava e que foi exonerado pelo comunista.
Da parte de Zé Inácio, esta seria também uma forma de “vingança” pela interferência do governador na eleição interna do partido que acabou culminando na vitória de Augusto Lobato, que agora comanda a sigla no estado.
Sem cumprir
Já o governador Flávio Dino não dá sinais de que o compromisso devará ser cumprido com Waldir Maranhão. Não há na mesa de discussão de partidos aliados o nome do deputado como possível candidato a senador na chapa do comunista.
Mas mesmo com as chances reduzidas pela rejeição dos petistas e pelo “calote” de Flávio Dino, Waldir Maranhão ainda sonha com a possibilidade de entrar no PT e ser candidato a senador.