Itamargarethe Corrêa Lima- jornalista- radialista-advogada, pós-graduada em Direito Tributário, Penal e Processo Penal, pós graduanda em Direito Civil, Processo Civil e Docência do Ensino Superior.
Hoje, após algum tempo ausente desse contato semanal, retornaremos falando um pouco da “dor” e/ou “sofrimento”, gramaticalmente, substantivos feminino e masculino, respectivamente, e que embora as pessoas vislumbrem similitudes, sintaticamente, possuem significados totalmente distintos porém, na prática, apertam o peito, dilaceram a alma e, em algumas situações, terminam de forma trágica.
E para uma melhor compreensão do que iremos abordar é necessário que façamos a diferenciação entre os dois. De um lado, embora aquela(dor) esteja presente na vivência intencional deste(sofrimento), a sensação provocada por ela(dor) pode permanecer independente do ato nela fundamentado, já o outro(sofrimento) se refere à pessoa como ato intencional.
Agora, deixando a técnica de lado e usando uma linguagem mais clara e popular, estamos querendo dizer que a dor pode vir de fora ou de dentro, mas aparece, machuca e vai embora. O sofrimento não. A gente consegue criá-lo e segurar por quanto tempo der vontade. Sofrer é sintetizar a dor — e nossa mente é pós-doutora neste assunto.
Feito tais esclarecimentos, devemos aclarar outra situação nesse tão complicado processo de compreensão. Precisamos não apenas tomar conhecimento, contudo entender que todo sofrimento que saboreamos é consequência dos nossos próprios atos. Sim, é isso mesmo.
Duro ter que enfrentar que as amarguras são fruto do falseamento da realidade, porque dominadas pelo materialismo, orgulho e egoísmo, acreditamos que o mundo deve girar em torno de nós mesmos.
E por que isso acontece? Porque o pensamento se baliza em uma existência una, nos fazendo viver cada dia como se fosse o último, acabando por desejar uma existência pautada no angariar e consumir de maneira frenética. Se somos seres eternos não é lógico planejar a existência simplesmente dentro da observância carnal.
E quando se desconsidera isso ou se considera excessivamente, nos tornamos egóicos, daí acabamos por desejar mais do que é necessário, que tudo gire em torno do nosso próprio eixo, daqueles que amamos, e quando as coisas fogem ao programado, insurge-se uma criatura humana desconecta com a transcendência divina.
No entanto, essa forma de agir terá consequência, como tudo, e quanto mais egocêntrico menos caridoso, já que estamos diante de características totalmente antagônicas. Quando vivemos a caridade, na acepção da palavra, passamos a vivenciar mais a vida crística.
Devemos nos conscientizar que a nossa missão é nos melhorarmos, plantar uma semente em cada coração, que partilhe das ideias que o alto lhe inspira, colocando-nos à disposição da obra de caridade. Ninguém é órfão de oportunidade, cada um realiza a caridade segundo o seu próprio nível evolutivo.
Uns escolhem fazê-la desinteressadamente, outros esperando os louros da terra, já existem aqueles que tiram de si, que é a verdadeira caridade. Agora, oportuno reforçar a indagação inicial: a dor de fato é o aguilhão que impulsiona a evolução?
Neste contexto, urge a necessidade de abordamos a dor contextualizando ao materialismo, devendo rememorar aos nossos primeiros contatos. Anteriormente, falamos que o ser é um egoísta por excelência, e esse comportamento que gera dor, reflexo direto e necessário para que possamos retornar ao caminhar retilíneo na estrada da evolução, tendo em vista que somos seres em gradação.
É nesse momento que a criatura deixa de nutrir-se do amor que advém do pai, renegando, veementemente, que é criado pelo amor divino e é atendido consoante ao seu merecimento, recebendo, apenas, o necessário para que possa se desenvolver.
Essa é a temática de alguns que transformam em ouro tudo que toca e outros em lama. Uns conseguem com mais facilidade os bens materiais e outros não conseguem ou com menos facilidade ou mais esforços. É a política do merecer.
Quando se deixa de crer nessa indestrutível conexão com o divino, e renega-se a paternidade criacionista, o ser se enclausura ainda mais em si, molda essas emoções que se passam ser consciente ou inconsciente como uma verdade que ao se desconectar lhe faz rememorar apenas as inverdades de um sofrimento excessivo e a pergunta é porque?
Indaga-se a razão da divindade permitir o sofrimento se tanto nos ama? Basicamente a resposta é que Deus não poderia violar o livre arbítrio, já que o amor e misericórdia não lhe permite invadir a liberdade de consciência daqueles que optaram em caminhar dessa forma, digo, egoísta.
Entretanto, as consequências desses atos desarrazoados geram sofrimento capaz de impulsioná-lo a essa conectividade através não só a fé igualável a conceituação de crença, mas a fé verdadeira da confiabilidade, aquela que não se requer que seja a crença racional, fazendo com que a criatura retorne de maneira módica a essa estrutura de planejamento.
Primeiro através do reconhecimento, posteriormente vislumbrando quebrar esse exclusivismo e passa preocupar-se de forma na caridade verdadeira, colocando-se no lugar daqueles que também sofrem, então apiedar-se dos outros é o segundo momento que o reconecta a divindade.
O amar de forma lato senso, ampliada e verdadeira, e não o amor capaz de doar, mas o amor capaz de amar e esse momento onde a criatura se apercebe do caráter divino, amando desta forma, consegue anular a frequência do qual se isolou dessa conectividade universal.
Então o amor é capaz de demover todas essas escamas de orgulho e egoísmo geradas por essas ideias que o ser cria e dentro do caminhar, apieda-se dessa conscientização que sofre e deve metamorfomizar o seu pensamento e agir dentro da proposta da lei de amor e caridade.
Resumindo em uma única palavra a resposta para a nossa pergunta, eixo central do presente texto, é o amor a única forma capaz de remediar a dor e o sofrimento que adoece o planeta. Aqui finalizo com um até breve. Semana que vem nos encontramos!!