abordada por presidente da Companhia no seminário “Revitalização
dos Rios Maranhenses e Suas Nascentes” esta sexta-feira (24),
dentro do calendário do Dia Mundial da Água
Ações que beneficiam as bacias dos rios Itapecuru e Mearim marcam no
Maranhão a agenda da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em celebração ao Dia Mundial da
Água. Dois convênios com a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA),
que totalizam um investimento de R$ 5 milhões, terão seu plano de
trabalho assinado pela presidente da Companhia, Kênia Marcelino,
durante o seminário “Revitalização dos Rios Maranhenses e Suas
Nascentes” em São Luís, nesta sexta-feira (24), a partir das 9h30
horas, no auditório da Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema).
Os instrumentos resultarão na elaboração do Plano de Recursos
Hídricos da Bacia do Itapecuru e na aquisição de equipamentos e
construção de uma Estação de Monitoramento de Águas. Um dos
convênios firmados, que visa à elaboração do Plano de Recursos
Hídricos da Bacia, tem valor de R$ 1,5 milhão. Planos de recursos
hídricos são instrumentos previstos na Lei das Águas e que têm o
objetivo de definir ações estratégicas para a gestão desses recursos
– como programas, projetos e obras e investimentos prioritários.
“Esses documentos devem ter em perspectiva os múltiplos usos da
água, e são elaborados com a participação de órgãos governamentais,
sociedade civil e representantes de usuários e instituições gestoras
– eles delineiam ações de curto, médio e longo prazos, baseadas em
diagnósticos e projeções de usos da água”, afirma a presidente Kênia
Marcelino.
O segundo convênio firmado entre Codevasf e UEMA tem valor de R$ 3,5
milhões e prevê a construção de uma Estação de Monitoramento de
Águas na Bacia do Itapecuru; o investimento também permitirá a
aquisição de equipamentos para a estação. A estrutura auxiliará na
avaliação contínua da qualidade das águas superficiais da Bacia,
essencial para a gestão sustentável dos recursos hídricos e para o
controle da poluição.
“A estação vai contribuir para o monitoramento da qualidade das
águas superficiais, algo essencial para uma gestão sustentável dos
recursos hídricos e para o eficiente controle da poluição”, explica
o superintendente regional da Codevasf no Maranhão, Jones Braga.
Além disso, a Codevasf vai elaborar um levantamento dos passos
críticos de assoreamento no rio Itapecuru para subsidiar o
planejamento futuro de ações de recuperação e controle de processos
erosivos.
“Essa análise será fundamental para orientar trabalhos que visem à
realização de eventuais dragagens futuras para captação de água para
abastecimento humano e para navegação ou travessias”, explica a
chefe da Unidade de Meio Ambiente da Codevasf no Maranhão, Éricka
Cunha.
Paralelo a esse trabalho, a Codevasf irá elaborar um diagnóstico das
Lagoas Marginais do Rio Itapecuru, visando ao planejamento e à
execução de futuras ações de preservação e de recuperação destes
berçários naturais.
Também está em andamento, pela Codevasf, o Grupo Técnico de Trabalho
para elaboração dos Planos Nascentes do Itapecuru e do Mearim, os
quais visam propor intervenções para preservação e recuperação das
nascentes dessas bacias.
Bacia do Rio Itapecuru
A Bacia do Rio Itapecuru nasce no Parque Estadual do Mirador, no
centro sul do Maranhão, e tem superfície total de 53 mil km², o que
corresponde a 16% da área do estado; mais de um milhão de pessoas
vivem na região. Entre os múltiplos usos dos recursos hídricos da
Bacia, destacam-se o abastecimento de municípios da região, a
dessedentação animal, a irrigação, a agricultura de vazante e a
recreação.
O Rio Itapecuru banha 57 municípios maranhenses e é responsável pelo
abastecimento de aproximadamente metade da capital São Luís e ainda
de outros 37 municípios. Os principais afluentes do Itapecuru, que
deságua no Atlântico, são os rios Alpercatas, Corrente, Pericumã,
Santo Amaro, Itapecuruzinho, Peritoró, Tapuia, Pirapemas, Gameleira
e Codozinho.
A área de atuação da Codevasf passou a incluir a Bacia do Rio
Itapecuru no ano de 2010, com a entrada em vigor da Lei nº 12.196.
ONU foca no tema “Águas residuais”
Mais de um quarto das mortes de crianças com menos de cinco anos, em
todo o planeta, são causadas por fatores ambientais como poluição,
falta de saneamento e uso de água imprópria para o consumo.
Anualmente, 1,7 milhão de meninos e meninas nessa faixa etária, em
todo o mundo, morrem porque vivem em locais insalubres. Os dados são
da Organização Mundial da Saúde (OMS) – braço da Organização das
Nações Unidas (ONU).
Ainda segundo a ONU, mais de 80% do esgoto produzido pelos seres
humanos volta à natureza sem ser tratado. Para beber, cerca de 1,8
bilhão de pessoas usam fontes de água contaminadas por fezes, o que
as coloca em risco de contrair cólera, disenteria, febre tifoide e
poliomielite. Atualmente, há mais de 663 milhões de pessoas sem
acesso a fontes de água potável perto de onde moram.
Para reverter esse cenário e garantir a utilização sustentável dos
recursos hídricos, as Nações Unidas chamam governos, o setor privado
e a sociedade civil a se mobilizarem contra o desperdício de água.
Feito por ocasião do Dia Mundial da Água, lembrado em 22 de março, o
apelo da ONU convoca países a implementarem políticas eficazes de
saneamento, além de solicitar mudanças de hábito a todos os
habitantes do planeta Terra.
A organização internacional aponta que as chamadas águas residuais –
recursos hídricos utilizados em atividades humanas, tornando-se
impróprios para o consumo – podem ser reaproveitadas na indústria,
em setores que não precisam tornar a água potável para utilizá-la
como insumo. É o caso de sistemas de aquecimento e resfriamento.