Fotos exclusivas: PRIMEIRA HORA ONLINE
Um grupo de
pessoas enroladas em lençóis, tocando instrumentos pintados de branco e
manifestando as ideias do movimento negro pelas ruas de São Luís. Assim nasceu
o primeiro bloco afro do Maranhão, o Akomabu, que em iorubá, significa a
cultura não deve morrer. O bloco completa 30 anos, no dia 3 de março,
segunda-feira de carnaval.
Um grupo de
pessoas enroladas em lençóis, tocando instrumentos pintados de branco e
manifestando as ideias do movimento negro pelas ruas de São Luís. Assim nasceu
o primeiro bloco afro do Maranhão, o Akomabu, que em iorubá, significa a
cultura não deve morrer. O bloco completa 30 anos, no dia 3 de março,
segunda-feira de carnaval.
Antes do
Akomabu, veio o Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN), criado em 1979, com
atuação mais política. “Tínhamos as nossas atividades normais durante o ano e,
no carnaval, acabávamos nos dispersando, cada um saía em um bloco, em uma
escola de samba. Daí, surgiu a proposta de permanecermos juntos e a maneira era
criando um bloco”, conta o professor de antropologia da Universidade Federal do
Maranhão (UFMA) e vocalista do grupo, Carlos Benedito Rodrigues, o Carlão Rastafári.
Akomabu, veio o Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN), criado em 1979, com
atuação mais política. “Tínhamos as nossas atividades normais durante o ano e,
no carnaval, acabávamos nos dispersando, cada um saía em um bloco, em uma
escola de samba. Daí, surgiu a proposta de permanecermos juntos e a maneira era
criando um bloco”, conta o professor de antropologia da Universidade Federal do
Maranhão (UFMA) e vocalista do grupo, Carlos Benedito Rodrigues, o Carlão Rastafári.
“Os anos 70
[período da ditadura militar] era uma época de luta por democracia e nós fomos
para a rua por democracia, mas além dela, por democracia racial”, diz o médico
e primeiro presidente do CCN, Luiz Alves Ferreira. “Um dos nossos instrumentos
é a cultura, porque cultura é política, não é só dança ou batuque”.
[período da ditadura militar] era uma época de luta por democracia e nós fomos
para a rua por democracia, mas além dela, por democracia racial”, diz o médico
e primeiro presidente do CCN, Luiz Alves Ferreira. “Um dos nossos instrumentos
é a cultura, porque cultura é política, não é só dança ou batuque”.
Dois anos
após a criação, o bloco tinha 200 integrantes. Hoje, são 600 associados. Na
bateria, há crianças e adolescentes. O Akomabu congrega dança, música, o tambor
e a religião. Antes de todos os ensaios, o ambiente é purificado com incenso.
Representantes de religiões de matriz africana guardam o local. Nas paredes,
estão as figuras de orixás, como Yansã e Oxossi. No sábado, antes do carnaval,
o bloco recebe uma bênção de um pai de santo, na própria sede. No dia seguinte,
visita um terreiro, a Casa das Minas ou a Casa de Nagô. Neste ano, a bênção
será na de Nagô, casa onde o bloco recebeu também a primeira bênção.
após a criação, o bloco tinha 200 integrantes. Hoje, são 600 associados. Na
bateria, há crianças e adolescentes. O Akomabu congrega dança, música, o tambor
e a religião. Antes de todos os ensaios, o ambiente é purificado com incenso.
Representantes de religiões de matriz africana guardam o local. Nas paredes,
estão as figuras de orixás, como Yansã e Oxossi. No sábado, antes do carnaval,
o bloco recebe uma bênção de um pai de santo, na própria sede. No dia seguinte,
visita um terreiro, a Casa das Minas ou a Casa de Nagô. Neste ano, a bênção
será na de Nagô, casa onde o bloco recebeu também a primeira bênção.
.As músicas,
tocadas pelo Akomabu, são autorais. No início, eram canções típicas de blocos
afros baianos e dos tambores de mina maranhense, mas logo as composições
passaram a ser próprias. O combate à discriminação está nos versos. “Chibata,
corrente, pra mim tudo já se quebrou, preconceito e racismo ainda não acabou.
Mostre as armas meu pai é preciso lutar pra fome e miséria ter que acabar.
Akomabu combatendo o preconceito e o racismo, revela o passado do negro que
estava escondido”, diz a letra da música Negro.
tocadas pelo Akomabu, são autorais. No início, eram canções típicas de blocos
afros baianos e dos tambores de mina maranhense, mas logo as composições
passaram a ser próprias. O combate à discriminação está nos versos. “Chibata,
corrente, pra mim tudo já se quebrou, preconceito e racismo ainda não acabou.
Mostre as armas meu pai é preciso lutar pra fome e miséria ter que acabar.
Akomabu combatendo o preconceito e o racismo, revela o passado do negro que
estava escondido”, diz a letra da música Negro.
O Akomabu
abriu caminho para o surgimento de outros blocos afros. Atualmente, são dez no
estado, oito na capital. Muitas vezes, o bloco teve de improvisar para
conseguir desfilar.
abriu caminho para o surgimento de outros blocos afros. Atualmente, são dez no
estado, oito na capital. Muitas vezes, o bloco teve de improvisar para
conseguir desfilar.
Com 30 anos
de existência, o bloco já reúne os filhos e netos dos primeiros integrantes.
Selma Luz participa há 19 anos e leva também as duas filhas – APortercan Zaira
Odara Luz, de 6 anos, e Dandara Caetana Luz, de 10 anos. “Sempre sai nas
escolas de samba. Quando começou o Akomabu, comecei a vir para cá. Meus irmãos,
amigos, todos estão aqui”, diz Selma. As três estão na bateria. “Minha mãe me
trouxe no começo, mas depois, vinha feliz. Ensaio em casa e estou ansiosa para
o carnaval”, conta Dandara.
de existência, o bloco já reúne os filhos e netos dos primeiros integrantes.
Selma Luz participa há 19 anos e leva também as duas filhas – APortercan Zaira
Odara Luz, de 6 anos, e Dandara Caetana Luz, de 10 anos. “Sempre sai nas
escolas de samba. Quando começou o Akomabu, comecei a vir para cá. Meus irmãos,
amigos, todos estão aqui”, diz Selma. As três estão na bateria. “Minha mãe me
trouxe no começo, mas depois, vinha feliz. Ensaio em casa e estou ansiosa para
o carnaval”, conta Dandara.
Para o
sociólogo Alderico Segundo, o impacto do Akomabu na cultura maranhense vai além
dos blocos afros. “A influência afro não está só no que diz respeito aos
instrumentos, a gente percebe na questão do uso de indumentária, nas alegorias,
na própria dança. Os bailados são inspirados em danças africanas. Essa cultura
está bem presente”. Para divulgar a história do bloco, o Akomabu montou uma
exposição no Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, no centro
histórico da cidade.
sociólogo Alderico Segundo, o impacto do Akomabu na cultura maranhense vai além
dos blocos afros. “A influência afro não está só no que diz respeito aos
instrumentos, a gente percebe na questão do uso de indumentária, nas alegorias,
na própria dança. Os bailados são inspirados em danças africanas. Essa cultura
está bem presente”. Para divulgar a história do bloco, o Akomabu montou uma
exposição no Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, no centro
histórico da cidade.
Akomambu desfilou para uma multidão eufórica na Passarela do Samba na ultima terça -feira gorda de carnaval (04), e mostrou a força da cultura negra que continua viva no sangue afro – brasileiro