O delegado George Marques, da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) tomou depoimento de três dos quatro passageiros que estavam em uma corrida com o motorista de Uber, Edmilson Pimenta Azevedo, na noite de domingo (6) quando o condutor foi morto a tiros na Avenida Luiz Rocha, na Liberdade, em São Luís.
Com base no que foi dito pelos passageiros, a Polícia Civil investiga o crime como sendo em decorrência de uma briga no trânsito, mas não descarta outras possibilidades.
Inicialmente, testemunhas haviam dito aos policiais que se tratava de um latrocínio (assalto seguido de morte), mas os policiais não adotaram totalmente esta linha de investgação, pois pertences de valor do motorista, como dinheiro e celular, foram deixados no carro.
O delegado revelou que as três pessoas disseram em depoimento que iam para uma festa de pré-carnaval no bairro Madre Deus, mas no meio do caminho, houve uma discussão do motorista do carro com um motoqueiro, que terminou com tiros disparados pelo homem na moto.
“No trajeto, eles apontam que houve uma discussão com um motoqueiro, que teria ‘trancado’ o veículo em que eles estavam. Nesta discussão, o motorista teria xingado o motoqueiro, que sacou uma arma e efetuou uns disparos. O motorista continuou seguindo a trajetória e o motoqueiro manteve a perseguição e efetuou mais dois disparos”, disse o delegado sobre a história contada em depoimentos por três passageiros.
Na viagem eram quatro pessoas, sendo um casal e outros dois homens. Três se apresentaram na segunda-feira, dia seguinte ao crime, para prestar depoimento. A polícia aguarda o último passageiro para concluir esta etapa de ouvir quem estava presente na hora do crime.
“Ainda é cedo para concluir qualquer coisa. Precisamos de outros elementos para comprovar o que de fato aconteceu. No dia do crime, foi relatado que as pessoas que estavam no carro teriam fugido dando a impressão que eles teriam praticado o crime, mas eles relataram que fugiram do local com medo do passageiro retornar e matá-los também”, declarou o delegado.
A polícia espera por laudos da perícia para avançar a investigação, mas o delegado antecipou que os tiros que atingiram o veículo vieram de fora do carro. Além do motorista, um passageiro também teve um ferimento a bola de raspão em um dos braços.
“Observando o veículo, a gente percebe que o carro foi atingido pelo menos três vezes com tiros de fora para dentro”, disse o delegado.
A Polícia Civil pediu informações para a empresa que administra o aplicativo sobre a rota feita pelo motorista especificamente nesta corrida para confirmar a versão dos passageiros. Imagens de câmeras de residências, empresas e também públicas de videomonitoramento são aguardadas pelos investigadores para reforçar o trabalho previsto para ser concluído em 30 dias.
Nestas segunda e terça, motoristas de aplicativo se reuniram em diversos pontos de São Luís para protestar por conta da morte de Edmilson Azevedo. O corpo do motorista foi sepultado no cemitério do São Cristóvão, em São Luís, na tarde de segunda. Motoristas fizeram carreta e paradas no Calhau, Cohatrac, Camboa e Calhau, por exemplo.