A casa da estudante Isadora Faber – criadora do ‘Diário de Classe’,
página do Facebook em que ela relata problemas de sua escola e já tem
353 mil seguidores – foi apedrejada ontem à noite. A avó da garota, de
65 anos, foi atingida na cabeça, de acordo com post feito por Isadora na
noite desta terça-feira, 6, na rede social. Segundo a aluna, de 13
anos, sua família tem sido vítima de xenofobia. Os pais dela são gaúchos
mas moram em Florianópolis há 17 anos.

“Temos casa própria e eu nasci aqui, sou mané (termo utilizado para designar os nativos de Florianópolis) da Carmela Dutra (maternidade da cidade), não iremos sair de nossa casa. Xenofobia é crime e já esta sendo investigado”, afirmou Isadora.
Ainda nesta terça a blogueira escreveu outro post em que diz ter sido
ameaçada por “Seu Francisco”, contratado pela direção para pintar a
quadra da Escola Básica Maria Tomázia Coelho, onde Isadora estuda.
Segundo ela, “Seu Francisco” recebeu o dinheiro mas não prestou o
serviço.
Disse Isadora: “Seu Francisco e seu outro filho foram na escola para
buscar sua filhinha, fizeram o maior escândalo comigo e meu pai,
cercaram o carro e ele tava querendo briga com meu pai, dizendo que
tinha que calar minha boca, que eu só falava besteiras e que nós
tínhamos que sair da cidade pois não somos “nativos”. A garota juntou
uma turminha para me bater e ele dizia pro meu pai que podia esperar que
ia ver, que ele vai pegar meu pai e que vai acabar conosco” (sic).
Revoltada, ela continuou: “Agora, o Seu Francisco, pega o dinheiro
adiantado da pintura da quadra, não dá satisfação e não pinta a quadra e
ainda se acha no direito de vir me ameaçar e ameaçar o meu pai na saída
da escola e ainda se acha com razão. Que justiça é essa? Quem esta
errado?” (sic).
O pai de Isadora foi à delegacia prestar queixa. “Disseram que agora
se eu ou meu pai cair e nos machucar, já sabem quem procurar. É o mínimo
que espero da polícia” (sic).
A blogueira cobra uma resposta da direção da escola. “Gostaria de
saber (…) se vai continuar protegendo quem pegou dinheiro e não fez o
serviço e agora vai à escola me ameaçar ou vai tomar as medidas mínimas e
prestar queixa contra quem prejudicou a escola” (sic).