Por Itamargarethe da Conceição Pereira Corrêa Lima
Por
que será que no Maranhão as coisas são diferentes do restante do País? Será que
as autoridades maranhenses constituídas possuem a capacidade perceptiva aquém dos
colegas de outros Estados ou será que por aqui as forças ocultas são tão
poderosas que conseguem fomentar a inércia das mesmas?
Ao
fazermos uma rápida análise do resultado das inúmeras denúncias vinculadas no Fantástico,
no quadro “Cadê o Dinheiro Daqui”, que tem como objetivo denunciar gestores
públicos que desviam recursos públicos, essa é a nossa triste conclusão.
fazermos uma rápida análise do resultado das inúmeras denúncias vinculadas no Fantástico,
no quadro “Cadê o Dinheiro Daqui”, que tem como objetivo denunciar gestores
públicos que desviam recursos públicos, essa é a nossa triste conclusão.
O
quadro inaugurou no dia 02 de novembro de 2014. Nesta data, o repórter Eduardo
Faustini esteve no município de Anajatuba. Na oportunidade, evidenciou-se que
como toda cidade, Anajatuba precisa contratar empresas prestadoras de serviço e
fornecedoras de produtos. E para contratar, evidentemente, a prefeitura precisa
gastar dinheiro público.
quadro inaugurou no dia 02 de novembro de 2014. Nesta data, o repórter Eduardo
Faustini esteve no município de Anajatuba. Na oportunidade, evidenciou-se que
como toda cidade, Anajatuba precisa contratar empresas prestadoras de serviço e
fornecedoras de produtos. E para contratar, evidentemente, a prefeitura precisa
gastar dinheiro público.
Pois
bem. No ano passado, quatro empresas contratadas pela prefeitura de Anajatuba
receberam juntas R$ 9 milhões, mas esse dinheiro da prefeitura foi desviado e
quem descobriu a falcatrua foi o vice-prefeito Sidney Pereira. Todo o esquema
foi minuciosamente denunciado, e uma farta documentação probante foi entregue
aos órgãos de controle, como Ministério Público Estadual, Polícia Federal,
Tribunal de Contas da União e do Estado, entre outros, entretanto, nada,
repito, absolutamente nada, aconteceu.
bem. No ano passado, quatro empresas contratadas pela prefeitura de Anajatuba
receberam juntas R$ 9 milhões, mas esse dinheiro da prefeitura foi desviado e
quem descobriu a falcatrua foi o vice-prefeito Sidney Pereira. Todo o esquema
foi minuciosamente denunciado, e uma farta documentação probante foi entregue
aos órgãos de controle, como Ministério Público Estadual, Polícia Federal,
Tribunal de Contas da União e do Estado, entre outros, entretanto, nada,
repito, absolutamente nada, aconteceu.
Pelo
contrário, em Anajatuba, a inércia das autoridades somada à conivência da
maioria do Legislativo Municipal faz com que as coisas continuem como se nada
estivesse acontecendo. Só para termos ideia, segundo comentários no município, o
prefeito Helder Aragão foi passar as festas de final de ano passeando na
Argentina.
contrário, em Anajatuba, a inércia das autoridades somada à conivência da
maioria do Legislativo Municipal faz com que as coisas continuem como se nada
estivesse acontecendo. Só para termos ideia, segundo comentários no município, o
prefeito Helder Aragão foi passar as festas de final de ano passeando na
Argentina.
Por
lá também, na última sessão de 2014, após rejeitar pela segunda vez consecutiva
a abertura de procedimento investigatório para apurar as denúncias contra o
gestor, sete dos 11 vereadores aprovaram um orçamento de 66 milhões de reais
para o exercício de 2015.
lá também, na última sessão de 2014, após rejeitar pela segunda vez consecutiva
a abertura de procedimento investigatório para apurar as denúncias contra o
gestor, sete dos 11 vereadores aprovaram um orçamento de 66 milhões de reais
para o exercício de 2015.
Por
outro lado, nos demais municípios denunciados, posteriormente a Anajatuba, sem
exceção, a resposta foi imediata. Na edição deste domingo(11/01), Faustini esteve
no município Ribas do Rio Pardo, em Mato
Grosso do Sul. Lá, comparado a Anajatuba, o escândalo chega, apenas, a R$ 3,5
milhões.
outro lado, nos demais municípios denunciados, posteriormente a Anajatuba, sem
exceção, a resposta foi imediata. Na edição deste domingo(11/01), Faustini esteve
no município Ribas do Rio Pardo, em Mato
Grosso do Sul. Lá, comparado a Anajatuba, o escândalo chega, apenas, a R$ 3,5
milhões.
Entretanto,
diferentemente do município maranhense, após as denúncias, de posse de um
mandado de prisão, a Polícia Federal e o Ministério Público Estadual estiveram
na casa do presidente da Câmara – Adalberto Alexandre Rodrigues, vulgo
“Betinho” para prendê-lo, levando-o a fugir pulando a janela de
pijama.
diferentemente do município maranhense, após as denúncias, de posse de um
mandado de prisão, a Polícia Federal e o Ministério Público Estadual estiveram
na casa do presidente da Câmara – Adalberto Alexandre Rodrigues, vulgo
“Betinho” para prendê-lo, levando-o a fugir pulando a janela de
pijama.
Adalberto é
um dos sete vereadores de Ribas do Rio Pardo acusados de desvio de dinheiro
público. Segundo investigação do Gaeco, o coração do esquema estava no
recebimento de diárias. “Uma diária de vereador para deslocamento dentro do
próprio estado era em torno de R$ 750 e, quando o deslocamento era para fora do
estado, de R$ 1.500 por dia”, destaca Marcos Alex Vera de Oliveira, coordenador
do Gaeco em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
um dos sete vereadores de Ribas do Rio Pardo acusados de desvio de dinheiro
público. Segundo investigação do Gaeco, o coração do esquema estava no
recebimento de diárias. “Uma diária de vereador para deslocamento dentro do
próprio estado era em torno de R$ 750 e, quando o deslocamento era para fora do
estado, de R$ 1.500 por dia”, destaca Marcos Alex Vera de Oliveira, coordenador
do Gaeco em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
O valor muito alto
chamou a atenção das autoridades. Comparado ao Congresso, os deputados federais
recebem: R$ 524 para viagens no Brasil. O equivalente a R$ 1.049, para
viagens na América do Sul. E, para o resto do mundo, a diária é de R$ 1.148.
chamou a atenção das autoridades. Comparado ao Congresso, os deputados federais
recebem: R$ 524 para viagens no Brasil. O equivalente a R$ 1.049, para
viagens na América do Sul. E, para o resto do mundo, a diária é de R$ 1.148.
“Um deslocamento da
cidade de Ribas do Rio Pardo até a cidade de Campo Grande, que é capital, é um
trajeto de 90 quilômetros, que na verdade dava direito a uma diária de R$ 750”,
diz o promotor.
cidade de Ribas do Rio Pardo até a cidade de Campo Grande, que é capital, é um
trajeto de 90 quilômetros, que na verdade dava direito a uma diária de R$ 750”,
diz o promotor.
Depois das
denúncia, o prefeito e seis vereadores foram afastados da Câmara. Assim como
funcionários da Casa envolvidos no escândalo.
denúncia, o prefeito e seis vereadores foram afastados da Câmara. Assim como
funcionários da Casa envolvidos no escândalo.
Na
edição de 16/11/2014, o alvo das denúncias foi a Prefeitura de São Jerônimo da Serra, no
Paraná. Após a matéria, o GAECO do MPPR acabou colocando atrás das grades 18
pessoas durante a “Operação Sucupira”, entre elas, o próprio prefeito, acusado
de comandar um desvio de aproximadamente dois milhões de reais.
edição de 16/11/2014, o alvo das denúncias foi a Prefeitura de São Jerônimo da Serra, no
Paraná. Após a matéria, o GAECO do MPPR acabou colocando atrás das grades 18
pessoas durante a “Operação Sucupira”, entre elas, o próprio prefeito, acusado
de comandar um desvio de aproximadamente dois milhões de reais.
Entre as falcatruas
cometidas está o uso de um carro-fantasma. Uma sucata, mas, para todos os
efeitos, era abastecida regularmente e quem pagava o combustível era o
contribuinte.
cometidas está o uso de um carro-fantasma. Uma sucata, mas, para todos os
efeitos, era abastecida regularmente e quem pagava o combustível era o
contribuinte.
Segundo as
investigações do Gaeco, o então prefeito Adir Leite empregou a esposa, Silvana,
o filho Adicarlos e a noiva do filho, Aline. Essas e outras nomeações formaram
a base da quadrilha que passou a mão no dinheiro público.
investigações do Gaeco, o então prefeito Adir Leite empregou a esposa, Silvana,
o filho Adicarlos e a noiva do filho, Aline. Essas e outras nomeações formaram
a base da quadrilha que passou a mão no dinheiro público.
Uma das formas de
desvio de dinheiro público era um “mensalinho” pago pela prefeitura a
um grupo de vereadores. Todo mês, eles podiam pegar até R$ 1.000 em combustível
nos postos integrantes do esquema para uso particular. Não era para abastecer
carro oficial da Câmara.
desvio de dinheiro público era um “mensalinho” pago pela prefeitura a
um grupo de vereadores. Todo mês, eles podiam pegar até R$ 1.000 em combustível
nos postos integrantes do esquema para uso particular. Não era para abastecer
carro oficial da Câmara.
“Portanto, era
dinheiro público, que foi empregado em proveito de particulares, os próprios
vereadores, para os interesses deles mesmos”, afirmou o promotor Cláudio
Esteves, coordenador do Gaeco, Londrina – PR.
dinheiro público, que foi empregado em proveito de particulares, os próprios
vereadores, para os interesses deles mesmos”, afirmou o promotor Cláudio
Esteves, coordenador do Gaeco, Londrina – PR.
Para esconder o
esquema, as placas dos carros da prefeitura que estão sucateados apareciam na
despesa, como se fosse a frota da prefeitura sendo abastecida. Quem autorizava
os abastecimentos era Aline Moreira, a noiva de Adicarlos, filho do prefeito.
esquema, as placas dos carros da prefeitura que estão sucateados apareciam na
despesa, como se fosse a frota da prefeitura sendo abastecida. Quem autorizava
os abastecimentos era Aline Moreira, a noiva de Adicarlos, filho do prefeito.
Em um telefonema
gravado com autorização da Justiça, Aline conta ao noivo que está usando essas
placas todos os dias: “Todo dia, no final do dia, eu pego umas placas”, ela
diz.
gravado com autorização da Justiça, Aline conta ao noivo que está usando essas
placas todos os dias: “Todo dia, no final do dia, eu pego umas placas”, ela
diz.
“O fornecimento de
baterias, peças, troca de pneus. Estes gastos com combustíveis e outros insumos
eram colocados na conta do município, embora se destinassem a veículos ou a
interesses de particulares ligados aos integrantes da administração”, explicou
o promotor.
baterias, peças, troca de pneus. Estes gastos com combustíveis e outros insumos
eram colocados na conta do município, embora se destinassem a veículos ou a
interesses de particulares ligados aos integrantes da administração”, explicou
o promotor.
Já
na edição do dia 30/11/2014 a prefeitura de Joaquim Gomes, no interior de
Alagoas foi o alvo das denúncias. De acordo com um empresário, que participava
do esquema e decidiu denunciar a fraude, o dinheiro era desviado das
secretarias de educação, saúde e administração.
na edição do dia 30/11/2014 a prefeitura de Joaquim Gomes, no interior de
Alagoas foi o alvo das denúncias. De acordo com um empresário, que participava
do esquema e decidiu denunciar a fraude, o dinheiro era desviado das
secretarias de educação, saúde e administração.
Uma
semana após a denúncia, durante a sessão ordinária, a polícia cercou o prédio
da CM, e no meio do discurso de um dos vereadores, o delegado que comanda a
operação entrou no plenário. “Eu queria falar com o presidente”, pediu. Um
vereador fez sinal de positivo para a câmera, como se estivesse tudo bem. Só
que oito vereadores receberam voz de prisão. Inclusive ele, que não perdeu o
otimismo ao ser conduzido pela polícia, o próprio presidente da casa e ainda o
vereador que estava discursando.
semana após a denúncia, durante a sessão ordinária, a polícia cercou o prédio
da CM, e no meio do discurso de um dos vereadores, o delegado que comanda a
operação entrou no plenário. “Eu queria falar com o presidente”, pediu. Um
vereador fez sinal de positivo para a câmera, como se estivesse tudo bem. Só
que oito vereadores receberam voz de prisão. Inclusive ele, que não perdeu o
otimismo ao ser conduzido pela polícia, o próprio presidente da casa e ainda o
vereador que estava discursando.
Todo
mundo em cana. Dos 11 vereadores de Joaquim Gomes, só três não foram presos. Além
do prefeito, os oito vereadores presos foram afastados. No lugar deles,
assumiram suplentes. Na cidade, de acordo com a denúncia, o dinheiro desviado
foi em torno de dois milhões de reais.
mundo em cana. Dos 11 vereadores de Joaquim Gomes, só três não foram presos. Além
do prefeito, os oito vereadores presos foram afastados. No lugar deles,
assumiram suplentes. Na cidade, de acordo com a denúncia, o dinheiro desviado
foi em torno de dois milhões de reais.
Desta feita, diante do relato acima, não é difícil concluir que o
Maranhão parece ser o único Estado em que as coisas certas tendem a acontecer não
a passos lentos, mas, sim, a passos de tartaruga. Será Por quê? Com a palavra o
MPE, a PF, o TCU, TCE, MPF, além das Controladorias Estadual e Federal.
Maranhão parece ser o único Estado em que as coisas certas tendem a acontecer não
a passos lentos, mas, sim, a passos de tartaruga. Será Por quê? Com a palavra o
MPE, a PF, o TCU, TCE, MPF, além das Controladorias Estadual e Federal.
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