Ensaio Ponte para o Passado Festa do Divino em Alcântara(MA)Foto de Marcio
Criada
no início do século XIV em Portugal, a Festa do Divino Espírito Santo
foi trazida pelos colonizadores para o Brasil no século XVI, em especial
para a cidade de Alcântara, no Maranhão. Realizada no Dia de
Pentecostes, 50 dias após a Páscoa, a Festa do Divino é uma homenagem
religiosa a terceira pessoa da Saníssima Trindade; o Espírito Santo.
Durante a Festa do Divino, a cidade
histórica é tomada por visitantes de todos os lados do Brasil. De
qualquer região do país havia turistas em Alcântara durante o festejo
religioso. O clima de festividade inclui missas, hasteamento de mastros,
ladainhas, alvoradas das caixeiras, e cortejos que percorrem ruas,
ladeiras, becos e as casas de moradores da cidade. Um dos pontos alto da
festa acontece no salão nobre do Palácio Imperial de Alcântara, local
onde fica localizado um altar para apresentações dos membros da corte.
Munidos de fé e devoção, os moradores
da cidade ganham ainda mais força ao se juntarem com turistas, que
transformam o festejo em romaria religiosa. Não importa se faz sol ou
chuva, ali estão os alcantarenses unidos na realização do festejo.
As regras são cumpridas passo a passo,
tudo de acordo como manda a tradição. O festejo começou no dia 24 de
maio e encerrou-se dia 5 de junho, deixando um legado positivo como o
melhor festejo de todos os tempos. Durante os 12 dias de festa, tanto os
alcantarenses, quanto os turistas tiveram opções de diversão e lazer.
Rica em belezas naturais e
arquitetônicas, a cidade de Alcântara conta com vários pontos
turísticos, além de praias paradisíacas. A turista gaucha, Ana Paula
Menezes, estudante de antropologia, aproveitou o festejo para fazer
turismo e uma pesquisa. “Como futura Antropóloga, aproveitei o festejo e
matei dois coelhos com uma cajadada só, [risos]. Alcântara é uma cidade
para ser estudada em vários pontos. O próprio festejo precisava ser
estudado e transformado em livros. Estou saindo daqui muito rica de
material histórico, mas me diverti bastante também” – destacou a
universitária.
Durante os finais de semana, a Praça da
Matriz ficou pequena para tanta gente que lotou o espaço público
durante shows. Durante o período festivo as pousadas e hotéis da cidade
superlotaram, até as ruas e praças serviram como acampamento para quem
chegou de última hora. Os empresários, mototaxistas, taxistas e donos de
vans, barcos e catamarãs, faturaram alto durante os 12 dias de festa,
sem contar os barraqueiros e donos de clubes de reggae.
Para a imperatrizense Maria Felícia
Carvalho, que veio à Alcântara pela primeira vez, o festejo superou suas
expectativas. “Nunca tinha vindo aqui, na verdade fui induzida por
amigas que já vieram outras vezes, mas até elas ficaram surpresas com
tanta gente este ano no festejo, confesso que pretendo voltar outras
vezes e já tem data marcada, ano que vem” – destacou.
Em Alcântara os moradores tinham o
privilégio de encontrar autoridades pelas ruas da cidade, como
deputados, secretários estaduais, além de profissionais da imprensa
maranhense e nacional. O festejo foi tão grandioso que acabou
ultrapassando fronteiras, e logo após o encerramento, o Museu de Artes
Modernas do rio de Janeiro recebeu uma exposição de fotos do festejo,
realizada pelo experiente fotógrafo Márcio RM, que pretende transformar
toda história em livro.
Para o prefeito Anderson, todo apoio do
governo do estado em parceria com a prefeitura de Alcântara serviu para
revitalizar o festejo. “Estamos trabalhando para resgatar e revitalizar
as tradições culturais e religiosas de Alcântara. Temos o apoio do
governo do estado e essa parceria tem trazido bons resultados em todos
os setores de nossa gestão” – descreveu o prefeito.
A Secretária de Cultura e Turismo
destacou a importância do apoio da prefeitura na realização do festejo.
“A organização do festejo é da comunidade, mas a prefeitura em parceria
com o governo do estado fez sua parte e tai o resultado, cidade lotada
de turistas” – disse Marcelina Serrão.