A Polícia Civil prendeu, nesta quarta-feira (20), o médico Fábio Lima Duarte, de 36 anos, suspeito de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude. Ele filmava as partes íntimas das pacientes durante exames de ultrassonografia e mantinha os arquivos no computador. Além disso, a corporação localizou vídeos do homem mantendo relações sexuais com adolescentes — no material apreendido com ele, foi encontrado um tutorial em inglês que ensinava como abordar crianças para cometer abuso.
A corporação pediu que a foto e o nome do médico fossem divulgados para ajudar a localizar possíveis vítimas.
O médico já havia sido preso em outubro do ano passado, durante a Operação Luz da Infância, por produzir, compartilhar e armazenar imagens pornográficas envolvendo crianças e adolescentes. Ele foi solto em dezembro.
De acordo com a Polícia Civil, foram localizados nos arquivos do homem 74 vídeos de pacientes adultas e 31 de crianças e adolescentes, com idades entre 9 e 17 anos. Ele identificava as gravações pelo primeiro nome de cada vítima, seguido de alguma característica. Uma delas foi localizada pela corporação e contou que achou o procedimento estranho, mais demorado do que o normal, e que o médico estava excitado.
Agora, a Polícia Civil espera identificar as demais pacientes. “A gente precisa que as vítimas maiores de idade compareçam para formalizar a representação, porque esses crimes aconteceram em 2017, quando a ação penal desse crime ainda não era incondicionada”, explicou a delegada Renata Ribeiro Fagundes. “Qualquer mulher que consultou com ele, mesmo que não se recorde de ter achado algo estranho, pode procurar a delegacia para vermos se a imagem dela está dentro das que conseguimos obter”, completou.
O médico atuava como clínico geral em uma clínica particular em Betim, na região metropolitana, e em uma policlínica em Vespasiano, na mesma região. Ele tinha vínculo com o Estado e, possivelmente, trabalhava também em Belo Horizonte.
O médico foi preso preventivamente. Somadas, as penas dos crimes a que ele responde podem chegar a 21 anos de prisão.(O Tempo)