A cantora Beth Carvalho morreu nesta terça-feira (30)
depois de dois meses internada. A informação foi confirmada pelo empresário da
sambista, Afonso Carvalho. Em seu comunicado, ele afirmou que Beth, de 72 anos,
morreu às 17h33m cercada de do amor de seus familiares e amigos.
depois de dois meses internada. A informação foi confirmada pelo empresário da
sambista, Afonso Carvalho. Em seu comunicado, ele afirmou que Beth, de 72 anos,
morreu às 17h33m cercada de do amor de seus familiares e amigos.
“Agradecemos todas as manifestações de carinho e
solidariedade nesse momento. Beth deixa um legado inestimável para a música
popular brasileira e sempre será lembrada por sua luta pela cultura e pelo povo
brasileiro. Seu talento nos presenteou com a revelação de inúmeros compositores
e artistas que estão aí na estrada do sucesso. Começando com o sucesso
arrebatador de “Andança”, até chegar a Marte com “Coisinha do Pai”, Beth traçou
uma trajetória vitoriosa laureada por vários prêmios, inclusive um Grammy pelo
conjunto da obra. Assim que possível, informaremos sobre o sepultamento”,
disse no comunicado.
solidariedade nesse momento. Beth deixa um legado inestimável para a música
popular brasileira e sempre será lembrada por sua luta pela cultura e pelo povo
brasileiro. Seu talento nos presenteou com a revelação de inúmeros compositores
e artistas que estão aí na estrada do sucesso. Começando com o sucesso
arrebatador de “Andança”, até chegar a Marte com “Coisinha do Pai”, Beth traçou
uma trajetória vitoriosa laureada por vários prêmios, inclusive um Grammy pelo
conjunto da obra. Assim que possível, informaremos sobre o sepultamento”,
disse no comunicado.
Na segunda-feira (29), a apresentação da cantora Beth
Carvalho, que estava marcada para o dia 5 de maio, dia do aniversário dela, na
casa de shows Vivo Rio, foi cancelada por recomendações médicas. A sambista
estava internada num hospital da Zona Sul do Rio de Janeiro há dois meses. O
Vivo Rio informou que os ingressos adquiridos serão reembolsados.
Carvalho, que estava marcada para o dia 5 de maio, dia do aniversário dela, na
casa de shows Vivo Rio, foi cancelada por recomendações médicas. A sambista
estava internada num hospital da Zona Sul do Rio de Janeiro há dois meses. O
Vivo Rio informou que os ingressos adquiridos serão reembolsados.
O último show da sambista, de 72 anos, no Rio de
Janeiro, foi em outubro do ano passado, no Oktoberfest Rio. Durante toda a
apresentação, ela esteve deitada numa cama. Há anos, ela enfrenta problemas na
coluna que, cada vez mais, limitam sua locomoção e provocam internações. No
início deste ano, Beth esteve internada num hospital da Zona Sul para tratar,
mais uma vez, do problema de saúde.
Janeiro, foi em outubro do ano passado, no Oktoberfest Rio. Durante toda a
apresentação, ela esteve deitada numa cama. Há anos, ela enfrenta problemas na
coluna que, cada vez mais, limitam sua locomoção e provocam internações. No
início deste ano, Beth esteve internada num hospital da Zona Sul para tratar,
mais uma vez, do problema de saúde.
Os contos foram produzidos nas oficinas de criação da
Festa Literária das Periferias (FLUP), no Rio de Janeiro, entre 2017 e 2018.
Autores estreantes, moradores das periferias, apresentaram a sua releitura das
obras de Bezerra e Martinho, sob supervisão de bambas da literatura – alguns
dos quais também escrevem para o livro.
Festa Literária das Periferias (FLUP), no Rio de Janeiro, entre 2017 e 2018.
Autores estreantes, moradores das periferias, apresentaram a sua releitura das
obras de Bezerra e Martinho, sob supervisão de bambas da literatura – alguns
dos quais também escrevem para o livro.
Aonde ela foi, sambista nenhum jamais chegou: Marte. Em
1997, a interpretação de Beth Carvalho para “Coisinha do pai”, de Jorge Aragão,
foi escolhida pela Nasa para “acordar” o robô Sojourner, enviado em missão ao
planeta vermelho.
1997, a interpretação de Beth Carvalho para “Coisinha do pai”, de Jorge Aragão,
foi escolhida pela Nasa para “acordar” o robô Sojourner, enviado em missão ao
planeta vermelho.
Beth despertou para o mundo no mesmo lugar que serviu
de berço para o samba. Elizabeth Santos Leal de Carvalho nasceu, dia 5 de maio
de 1946, no bairro da Gamboa, região portuária do Rio de Janeiro, área onde o
samba surgiu, no começo do século passado. Mas Beth foi criada mesmo na Zona
Sul, onde desenvolveu três paixões: o Botafogo, a Mangueira e o PDT de Leonel
Brizola.
de berço para o samba. Elizabeth Santos Leal de Carvalho nasceu, dia 5 de maio
de 1946, no bairro da Gamboa, região portuária do Rio de Janeiro, área onde o
samba surgiu, no começo do século passado. Mas Beth foi criada mesmo na Zona
Sul, onde desenvolveu três paixões: o Botafogo, a Mangueira e o PDT de Leonel
Brizola.
A música estava próxima desde o começo. A avó tocava
bandolim e violão; a irmã cantava. Bethouvia desde cedo a Rádio Nacional, mas
também tinha música ao vivo em casa. O pai, advogado, era amigo de cantores,
que frequentavam a casa da família. Beth ouviu do sofá gente como Silvio Caldas
e Elizeth Cardoso.
bandolim e violão; a irmã cantava. Bethouvia desde cedo a Rádio Nacional, mas
também tinha música ao vivo em casa. O pai, advogado, era amigo de cantores,
que frequentavam a casa da família. Beth ouviu do sofá gente como Silvio Caldas
e Elizeth Cardoso.
No carnaval, subia num caixote com a mãe para ver a
Mangueira passar, numa época em que a Portela ganhava todos os carnavais.
Decorava todos os sambas-enredo do ano. Só ficou difícil quando, aos 17 anos,
arrumou um namorado que odiava a folia. Numa terça-feira gorda, ao se ver
sozinha em casa, Beth não pensou duas vezes: vestiu a fantasia de havaiana,
ligou a TV e sambou até de madrugada.
Mangueira passar, numa época em que a Portela ganhava todos os carnavais.
Decorava todos os sambas-enredo do ano. Só ficou difícil quando, aos 17 anos,
arrumou um namorado que odiava a folia. Numa terça-feira gorda, ao se ver
sozinha em casa, Beth não pensou duas vezes: vestiu a fantasia de havaiana,
ligou a TV e sambou até de madrugada.
Apesar de ser intérprete de um ritmo vindo das classes
populares, a família de Beth tinha uma vida financeira boa. A menina, ainda
criança, estudou balé clássico e frequentou um curso de etiqueta para mulheres.
Tinha aulas de como segurar um guarda-chuva, usar garfo e faca e entrar ou sair
de um automóvel — com classe.
populares, a família de Beth tinha uma vida financeira boa. A menina, ainda
criança, estudou balé clássico e frequentou um curso de etiqueta para mulheres.
Tinha aulas de como segurar um guarda-chuva, usar garfo e faca e entrar ou sair
de um automóvel — com classe.
Só que o golpe militar, em 1964, trouxe problemas para
a família da cantora: seu pai, fã de Lênin, foi demitido do cargo que ocupava
no Ministério da Fazenda. Aí o dinheiro faltou na casa dos Carvalho. Beth
começou a dar aulas de violão para ajudar os pais.
a família da cantora: seu pai, fã de Lênin, foi demitido do cargo que ocupava
no Ministério da Fazenda. Aí o dinheiro faltou na casa dos Carvalho. Beth
começou a dar aulas de violão para ajudar os pais.
Como cantora, não começou com o samba, mas com a bossa
nova. Encantada por João Gilberto, se apresentou com o ritmo em festivais
universitários e shows. Chegou a gravar um compacto, em 1965, em que
interpretava “Por que morrer de amor?”, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli.
Mas no ano seguinte já se aproximava do ritmo que a consagrou, participando do
show “A hora e a vez do samba”, com Nelson Sargento e Noca da Portela.
nova. Encantada por João Gilberto, se apresentou com o ritmo em festivais
universitários e shows. Chegou a gravar um compacto, em 1965, em que
interpretava “Por que morrer de amor?”, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli.
Mas no ano seguinte já se aproximava do ritmo que a consagrou, participando do
show “A hora e a vez do samba”, com Nelson Sargento e Noca da Portela.
Fez gravações históricas de mestres do samba, como
Nelson Cavaquinho, Cartola, Nelson Sargento e Carlos Cachaça. O desejo de
buscar o samba onde ele estivesse a levou à quadra do Cacique de Ramos, em
Olaria, no momento em que despontava uma geração de novos talentos ali — e mais
que isso, de uma nova forma de tocar samba, usando instrumentos como banjo e
repique de mão. Acabou por revelar artistas ligados ao Cacique, como Zeca
Pagodinho, Arlindo Cruz, Almir Guineto e Jorge Aragão.
Nelson Cavaquinho, Cartola, Nelson Sargento e Carlos Cachaça. O desejo de
buscar o samba onde ele estivesse a levou à quadra do Cacique de Ramos, em
Olaria, no momento em que despontava uma geração de novos talentos ali — e mais
que isso, de uma nova forma de tocar samba, usando instrumentos como banjo e
repique de mão. Acabou por revelar artistas ligados ao Cacique, como Zeca
Pagodinho, Arlindo Cruz, Almir Guineto e Jorge Aragão.
Ao longo da carreira, continuou
a chamar a atenção para novos talentos que surgiam, como Mariene de Castro e
Quinteto em Branco e Preto, sem deixar nunca de gravar os bambas pioneiros.
Tinha, por isso, o apelido de madrinha, do qual gostava, mas com reservas.
Sempre achou um absurdo, no Brasil, artistas como Cartola precisarem de
padrinhos para ser reconhecidos.
a chamar a atenção para novos talentos que surgiam, como Mariene de Castro e
Quinteto em Branco e Preto, sem deixar nunca de gravar os bambas pioneiros.
Tinha, por isso, o apelido de madrinha, do qual gostava, mas com reservas.
Sempre achou um absurdo, no Brasil, artistas como Cartola precisarem de
padrinhos para ser reconhecidos.
Problema
na coluna
na coluna
Em 2007, a cantora brigou com sua escola de samba do
coração. Por conta dos problemas na coluna, pediu espaço em um carro alegórico,
já que não conseguiria desfilar a pé. Ao chegar a hora do desfile, foi impedida
de subir no carro, sob argumento de não ser “um baluarte”. Bethficou magoada,
disse só voltar a desfilar na verde-e-rosa se recebesse um pedido de desculpas
— que não veio. No ano seguinte, saiu na Viradouro, que homenageou Cartola.
coração. Por conta dos problemas na coluna, pediu espaço em um carro alegórico,
já que não conseguiria desfilar a pé. Ao chegar a hora do desfile, foi impedida
de subir no carro, sob argumento de não ser “um baluarte”. Bethficou magoada,
disse só voltar a desfilar na verde-e-rosa se recebesse um pedido de desculpas
— que não veio. No ano seguinte, saiu na Viradouro, que homenageou Cartola.
Já 2009 foi um ano melhor. Beth foi homenageada no
Grammy Latino, em Las Vegas, ocasião em que recebeu o “Lifetime achievement
award”, prêmio do Grammy por sua carreira completa. No mesmo ano, veio o pedido
de desculpas da Mangueira.
Grammy Latino, em Las Vegas, ocasião em que recebeu o “Lifetime achievement
award”, prêmio do Grammy por sua carreira completa. No mesmo ano, veio o pedido
de desculpas da Mangueira.
O novo presidente à época, Ivo Meirelles, assumiu a
escola e convidou Beth para a homenagem que a Mangueira faria a Nelson
Cavaquinho no carnaval do ano seguinte. A cantora desfilou de cadeira de rodas.
escola e convidou Beth para a homenagem que a Mangueira faria a Nelson
Cavaquinho no carnaval do ano seguinte. A cantora desfilou de cadeira de rodas.
A cadeira de rodas mostrava uma piora no problema de
coluna. Beth Carvalho havia fissurado o sacro, osso na base da coluna. Precisou
colocar dois parafusos para ajudar na calcificação. Brincava que, além de
interplanetária, tinha virado “uma mulher biônica”. Só com bom humor mesmo para
dar conta dos 18 meses em que precisou ficar de cama, por conta da lesão.
Voltou aos palcos em 2011, mesmo ano em que lançou “Nosso samba tá na rua”, seu
álbum mais recente. Em 2012, ganhou o Grammy Latino pelo CD.
coluna. Beth Carvalho havia fissurado o sacro, osso na base da coluna. Precisou
colocar dois parafusos para ajudar na calcificação. Brincava que, além de
interplanetária, tinha virado “uma mulher biônica”. Só com bom humor mesmo para
dar conta dos 18 meses em que precisou ficar de cama, por conta da lesão.
Voltou aos palcos em 2011, mesmo ano em que lançou “Nosso samba tá na rua”, seu
álbum mais recente. Em 2012, ganhou o Grammy Latino pelo CD.
O último show da sambista, de 72 anos, no Rio de Janeiro, foi em outubro do ano passado, no Oktoberfest Rio. Durante toda a apresentação, ela esteve deitada numa cama. Há anos, ela enfrenta problemas na coluna que, cada vez mais, limitam sua locomoção e provocam internações. No início deste ano, Beth esteve internada num hospital da Zona Sul para tratar, mais uma vez, do problema de saúde.