O ator e diretor Marcos Paulo, um dos principais nomes da
teledramaturgia brasileira, morreu neste domingo (11), aos 61 anos, no
Rio de Janeiro. Ele sofreu uma embolia pulmonar e morreu em casa. A
informação foi confirmada pelo canal de notícias Globo News.
No mês de maio de 2011, durante um exame de rotina, Marcos foi
diagnosticado com um câncer no esôfago que o levou a vários meses de
tratamento em no Hospital São José da Beneficência Portuguesa, em São
Paulo. Em agosto, passou por cirurgia para a retirada do tumor e, pouco
mais de uma semana internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do
local, foi anunciada sua boa recuperação.
Na última semana do mês passado, Paulo realizou uma série de exames
que apontaram uma saúde perfeita e a total remissão do tumor, informou a
assessoria de imprensa do Hospital São José, onde o processo foi
realizado, no dia 31 de outubro.
De acordo com o oncologista Fernando Maluf, Paulo só precisaria, a partir de então realizar novos exames em 2013.
Carreira
Com uma infância sofrida – foi criado pela avó após ter perdido a mãe
um dia após seu nascimento, além de nunca ter conhecido o pai -, Marcos
teve a sorte de ter tido como vizinho o novelista Vicente Sesso, com
quem sempre se deu bem e que lhe indicou para seus primeiros trabalhos
artísticos.
Nascido em São Paulo no dia 1º de março de 1951, Marcos se tornou em
suas mais de quatro décadas na área um dos mais conceituados
profissionais das artes cênicas no Brasil, atuando tanto na frente das
câmeras quanto de trás delas, no cargo de diretor.
Estreou na televisão como ator em 1967, na novela ‘O Morro dos Ventos
Uivantes’, ainda na extinta TV Excelsior. Depois, ainda passou pela TV
Record, no ano seguinte, na trama ‘Ana’, e, em 1969, pela Bandeirantes,
como Marcos em ‘Era Preciso Voltar’. Antes de debutar na Globo em ‘A
Próxima Atração’, ainda passou pela emissora que o revelou em ‘Sangue do
meu Sangue’.
Em mais de 40 anos na televisão, Marcos participou de 37 novelas,
entre elas, ‘Roque Santeiro’, de 1985, no papel de Jorge de Lima,
‘Quatro por Quatro’, de 1994, como Gustavo, e ‘Páginas da Vida’, de
2006, interpretando Diogo Côrrea. Seu último trabalho como ator se deu
em 2008, fazendo participação especial como o Dr. Tadeu, em ‘Desejo
Proibido.
A estreia como diretor ocorreu em 1978, no comando de ‘Dancin´ Days’,
de Gilberto Braga, grande sucesso estrelado por Sônia Braga e Antônio
Fagundes. O trabalho nos 173 capítulos gravados foi dividido com Daniel
Filho, Gonzaga Blota, Denis Carvalho e José Carlos Pieri.
Ainda ocupou o posto em outras 15 atrações da TV Globo, sendo 11
novelas – como ‘Roque Santeiro’ e ‘Fera Ferida’ -, dois seriados –
‘Estação Globo, de 2007 a 2009, e ‘Malhação’, em 2009 – e uma minissérie
– ‘Parabéns pra Você’, em 1983.
Atuou também em filmes brasileiros de sucesso, como ‘Eu Transo, Ela
Transa’ (1972) e ‘Se eu Fosse Você 2’ (2008), sendo que sua última
aparição nas telonas foi em ‘Faroeste Caboclo’, de René Sampaio, no qual
fez o personagem Ney.
A estreia como diretor nos cinemas só se deu em 2010, com o longa
‘Assalto ao Banco Central’, estrelado por Lima Duarte, Eriberto Leão e
Giulia Gam. O trabalho foi lançado em julho de 2011, apenas um mês
depois da descoberta do câncer no esôfago que o tornou um frequentador
assíduo do Hospital São José da Beneficência Portuguesa, em São Paulo.