fundador da Mancha Verde, principal torcida uniformizada do Palmeiras,
que foi morto na madrugada da última quinta-feira com 22 tiros no
Ipiranga, Zona Sul de São Paulo.
De acordo com a apuração,
membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que
O caso também
alertou a inteligência da Polícia Militar, responsável pela segurança
dentro e fora dos estádios em dias de jogos. O 2º Batalhão de Choque tem
recebido informações da Polícia Civil e do monitoramento de redes
sociais.
Há preocupação com possíveis tensões internas e com
retaliações que possam ocorrer antes ou durante partidas do Palmeiras – o
time só joga em casa no sábado, dia 11, no clássico com o São Paulo.
Disputa interna
Logo após a morte de Bianchi, a Mancha publicou nota em suas redes sociais em que lamentou o ocorrido e informou que encerrava suas atividades por tempo indeterminado. Além do assassinato de um de seus membros, citou diversos problemas que a torcida vem passando, sem entrar em detalhes.
Há
uma disputa que envolve, de um lado, integrantes da sede da torcida, e,
de outro, divisões regionais. Participantes mais antigos estariam
insatisfeitos com uma suposta atuação do crime organizado na Mancha.
Esse
racha gerou violência. Membros do segundo grupo teriam sido espancados
pelo primeiro há cerca de dez dias, e revidado pouco antes do Carnaval,
em uma briga na sede da Mancha, próxima ao estádio do Palmeiras.
Na
última quarta, horas antes da morte de Moacir Bianchi, uma reunião com
centenas de associados colocou os dois grupos frente à frente. Pessoas
identificadas como atuantes no crime organizado participaram do
encontro, de acordo com investigadores.
Relatos indicam que
Bianchi tentava uma solução para o conflito. Durante a conversa, porém,
ele teria discutido com homens que seriam do crime organizado. A polícia
crê que ele foi seguido ao voltar para casa de madrugada e assassinado
numa emboscada na avenida Presidente Wilson.
Bianchi foi morto com 22 tiros.
domina o
tráfico de drogas e as prisões do estado, estariam envolvidos no
episódio. Há uma disputa pelo poder na torcida, o que levou a um racha
violento entre as diferentes divisões da Mancha.
Pessoas
ligadas à investigação entendem que tamanha violência indica duas
coisas: um acerto de contas pessoal ou a intenção de passar uma mensagem
sobre quem comanda a torcida.
Crime organizado
A
atuação do crime organizado nas torcidas é fato, de acordo com
investigadores da Polícia Civil. Há tempos a facção que controla o
tráfico no estado está enraizada nessas instituições, não só para a
venda dos entorpecentes, mas também com o intuito de lavagem de
dinheiro.
Esse envolvimento pautou buscas e apreensões feitas nas
sedes de algumas das organizadas no ano passado durante a operação
Cartão Vermelho, deflagrada após episódios de violência antes e depois
do clássico entre Corinthians e Palmeiras no último Campeonato Paulista –
uma pessoa sem ligação com torcidas morreu baleada durante um confronto
na Zona Leste.
Cadernos de contabilidade das organizadas foram
apreendidos durante as buscas. A polícia não comenta o andamento desta
investigação.