Patricia Marx fez sucesso como cantora infantil na banda Trem da Alegria. Na adolescência, seguiu fazendo sucesso, emplacando hits como “Festa do amor”. Quem acompanhava sua carreira podia acreditar que tudo corria às mil maravilhas. Mas não era bem assim. Hoje, aos 42 anos, Patricia resolveu fazer um desabafo, falando, inclusive, das agressões que sofria.
“No meu mundo de criança, tudo era mágico e suportável, mesmo com o cansaço e a exploração. Eu já não podia fazer coisas que uma criança normal faria. O jogo de manipulação era real: uma empresária nos controlava por trás do palco, puxando-nos por meio de um cordão para nos beliscar quando saíamos da coreografia. Depois do Trem da Alegria, já na minha carreira-solo, a coisa piorou. Aos 13 anos, eu sofria abusos ferozes, apesar dos meus pais estarem sempre comigo”, diz a cantora em depoimento à “Veja”.
‘Fui assediada sexualmente muitas vezes’
Patricia Marx faz também um relato do assédio que sofria, principalmente no período da adolescência. “Ao crescer, porém, comecei a querer gravar outros gêneros, pois sempre ouvia jazz, bossa nova, música erudita. Só que, em uma reunião com o diretor artístico, minha ideia foi desancada. ‘Ah, eu também queria ser loiro, alto e com um (…) desse tamanho’, disse ele, com uma menção chula ao órgão sexual masculino. Fiquei paralisada ao ouvir aquilo bem diante do meu pai. Carregaria a ferida para sempre”, relembra Patrícia, que viu as coisas piorarem dali em diante:
“Ouvi coisas tenebrosas e fui assediada sexualmente muitas vezes por produtores, cantores, artistas, diretores de gravadora… Tive nojo de mim. Isso me bloqueou. Anos depois, a ressaca viria na forma de uma depresssão profunda. Logo constatei que a maioria das letras do Trem da Alegria e da minha carreira-solo era de duplo sentido. Uma delas fazia menção à masturbação feminina. Por ingenuidade minha e dos meus pais, eu passara por uma erotização forçada”.
Patricia ainda cantora |
Patricia hoje |
Com o Trem da Alegria