Moradores do município de Raposa, na Região Metropolitana de São Luís (MA), afirmam que o transporte coletivo local vive um de seus piores momentos. A principal reclamação recai sobre a atuação da Empresa Maranhense – antiga Transportes Coletivos Maranhense (TCM) –, acusada de reduzir horários, encurtar rotas e oferecer veículos em condições precárias.
Segundo usuários, a oferta de ônibus não acompanha a demanda, causando atrasos significativos para quem depende do serviço para trabalhar ou estudar. A insatisfação também atinge a gestão municipal. O prefeito Eudes Barros (apelidado por opositores de “Eudes Mídia”) é acusado de manter uma relação de conivência com a empresa.
As críticas não são recentes.
Em 2011, quando presidia a Câmara Municipal, Barros teria articulado para barrar a entrada de transporte alternativo no município, medida que, segundo moradores, poderia ter melhorado o atendimento. Na época, ele era aliado do ex-prefeito Paraíba.
Atualmente, a situação se agravou. Linhas como Raposa/Cohama e Raposa/São Francisco (via Terminal Praia Grande) tiveram viagens e horários reduzidos. Aos fins de semana, rotas como Raposa/Ribamar e Raposa (via Estrada da Maioba) foram retiradas de circulação, obrigando passageiros a buscar alternativas mais caras ou menos seguras.
Ônibus com pneus estourados
A reportagem acompanhou, na última semana, o trajeto de um coletivo na linha Raposa–Araçagi–Mercado Central, em São Luís, no horário das 5h. O veículo, que havia saído há poucos minutos da garagem, parou no Terminal da Cohab após um dos pneus traseiros estourar. Ainda assim, o motorista conduziu o ônibus até o destino intermediário, alegando cumprir ordens da empresa, o que expôs passageiros a riscos. O veículo estava visivelmente sujo e sem manutenção adequada.
Omissão legislativa
Parte da população também responsabiliza a Câmara de Vereadores, acusando-a de ignorar os apelos da comunidade e não fiscalizar o serviço.

A insatisfação atual resgata memórias antigas. Em 1986, a TCM foi expulsa do bairro Maiobão, em Paço do Lumiar, após protestos contra a má qualidade do serviço. Ônibus da empresa chegaram a ser incendiados por moradores.
Moradores de Raposa afirmam aguardar medidas urgentes para reverter o quadro. “O município é turístico, mas o transporte não acompanha essa realidade”, disse um comerciante local. “Do jeito que está,
ninguém aguenta.”
Momento que estourou o pneu do ônibus coletivo na madrugada na Madrugada de sábado dia 09