Uma sequência de assassinatos misteriosos estaria ligada a
rituais de magia negra. A Polícia apura o caso em sigilo
rituais de magia negra. A Polícia apura o caso em sigilo
Uma história macabra, repleta de mistério e de crimes com
requintes de perversidade. Este é o enredo de mais uma sigilosa investigação
que a Polícia cearense está realizado e à qual o Diário do Nordeste teve acesso
com exclusividade. O caso está em andamento no 32º DP (Bom Jardim) e trata de
uma sequência de assassinatos ocorridos em diferentes bairros da Capital, mas
que têm ligação entre si. Os suspeitos são membros de terreiros de Umbanda.
requintes de perversidade. Este é o enredo de mais uma sigilosa investigação
que a Polícia cearense está realizado e à qual o Diário do Nordeste teve acesso
com exclusividade. O caso está em andamento no 32º DP (Bom Jardim) e trata de
uma sequência de assassinatos ocorridos em diferentes bairros da Capital, mas
que têm ligação entre si. Os suspeitos são membros de terreiros de Umbanda.
Os assassinatos, com características de rituais de magia
negra, começaram a acontecer no meio do ano. As vítimas foram sequestradas,
levadas para locais ermos – como encruzilhadas, matagais e estradas de terra em
pontos desabitados – e mortas a facadas, tiros e, ainda, submetidas a abusos
sexuais. A Polícia tem ainda a informação de que os crimes foram filmados pelos
assassinos e as imagens exibidas em rituais de Umbanda em terreiros no Bom
Jardim.
negra, começaram a acontecer no meio do ano. As vítimas foram sequestradas,
levadas para locais ermos – como encruzilhadas, matagais e estradas de terra em
pontos desabitados – e mortas a facadas, tiros e, ainda, submetidas a abusos
sexuais. A Polícia tem ainda a informação de que os crimes foram filmados pelos
assassinos e as imagens exibidas em rituais de Umbanda em terreiros no Bom
Jardim.
Uma carta
A Polícia mantém extrema cautela em relação à investigação.
Na semana passada chegou às mãos das autoridades uma prova reveladora. Uma
carta apócrifa revelou a sequência dos assassinatos, indicação de nomes das
vítimas e dos locais das execuções.
Na semana passada chegou às mãos das autoridades uma prova reveladora. Uma
carta apócrifa revelou a sequência dos assassinatos, indicação de nomes das
vítimas e dos locais das execuções.
O Diário conferiu os casos citados na carta – a partir de
seu levantamento estatístico dos homicídios na Grande Fortaleza – e constatou
que, realmente, todos eles aconteceram.
seu levantamento estatístico dos homicídios na Grande Fortaleza – e constatou
que, realmente, todos eles aconteceram.
Foram registrados pela Coordenadoria Integrada de Operações
de Segurança (Ciops) e todos estão ainda sem elucidação. E mais: em alguns
deles os peritos e policiais que foram aos locais encontraram junto aos
cadáveres restos de objetos usados em rituais de Umbanda. Pelo menos sete
assassinatos foram citados na carta e o Diário comprovou o seu cometimento. O
primeiro deles aconteceu no dia 22 de maio, logo no começo da manhã, quando o
corpo de uma mulher foi encontrado às margens da Lagoa do Tabapuá, em Caucaia.
O cadáver apresentava vários golpes de faca e sinais de abusos sexuais. O corpo
foi mandado para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) e ali permaneceu
durante mais de 20 dias. Ninguém o reclamou. Sem identificação, o cadáver foi
enterrado, como indigente, no Cemitério do Bom Jardim.
de Segurança (Ciops) e todos estão ainda sem elucidação. E mais: em alguns
deles os peritos e policiais que foram aos locais encontraram junto aos
cadáveres restos de objetos usados em rituais de Umbanda. Pelo menos sete
assassinatos foram citados na carta e o Diário comprovou o seu cometimento. O
primeiro deles aconteceu no dia 22 de maio, logo no começo da manhã, quando o
corpo de uma mulher foi encontrado às margens da Lagoa do Tabapuá, em Caucaia.
O cadáver apresentava vários golpes de faca e sinais de abusos sexuais. O corpo
foi mandado para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) e ali permaneceu
durante mais de 20 dias. Ninguém o reclamou. Sem identificação, o cadáver foi
enterrado, como indigente, no Cemitério do Bom Jardim.
O segundo assassinato atribuído aos suspeitos da seita
aconteceu menos de duas semanas depois, na manhã do dia 5 de junho, quando o
corpo de uma garota, que estava sem-despida, foi descoberto no matagal no
mangue do Cocó, às margens da Avenida Governador Raul Barbosa, na Aerolândia.
No dia seguinte, a família identificou a vítima como sendo a jovem Emanuella
Maria da Silva, 17. A suspeita inicial seria mais crime praticado a mando de
traficantes de drogas.
aconteceu menos de duas semanas depois, na manhã do dia 5 de junho, quando o
corpo de uma garota, que estava sem-despida, foi descoberto no matagal no
mangue do Cocó, às margens da Avenida Governador Raul Barbosa, na Aerolândia.
No dia seguinte, a família identificou a vítima como sendo a jovem Emanuella
Maria da Silva, 17. A suspeita inicial seria mais crime praticado a mando de
traficantes de drogas.
No dia 17 de junho, o corpo de um home 19 anos , foi encontrado por sua mãe em uma
cova rasa, num matagal na Rua Orlando Dias, na Granja Lisboa. No local, o
escrivão Josenildo Moura de Menezes, do 32º DP, descobriu que havia restos
mortais de animais e roupas manchadas de sangue, indicando que naquele local
teria ocorrido um ritual de magia negra.
cova rasa, num matagal na Rua Orlando Dias, na Granja Lisboa. No local, o
escrivão Josenildo Moura de Menezes, do 32º DP, descobriu que havia restos
mortais de animais e roupas manchadas de sangue, indicando que naquele local
teria ocorrido um ritual de magia negra.
Mais mortes
Um dos crimes mais intrigantes para a Polícia no rol dos que
estão sendo investigado diz respeito à morte do agente sanitarista Antônio
Silva de Oliveira. Ele foi executado, a tiros, no dia 30 de agosto passado. O
cadáver foi achado na Rua Júlio Colf, no Jardim Jatobá. Ao lado dele havia um
bilhete com referências a rituais de magia negra e citações de nomes de
umbandistas. O mesmo aconteceu com outro cadáver encontrado, dias depois, na
localidade de Campo Grande, em Caucaia.
estão sendo investigado diz respeito à morte do agente sanitarista Antônio
Silva de Oliveira. Ele foi executado, a tiros, no dia 30 de agosto passado. O
cadáver foi achado na Rua Júlio Colf, no Jardim Jatobá. Ao lado dele havia um
bilhete com referências a rituais de magia negra e citações de nomes de
umbandistas. O mesmo aconteceu com outro cadáver encontrado, dias depois, na
localidade de Campo Grande, em Caucaia.
Também está sendo investigada a morte de uma terceira
mulher, identificada como Nayara Rodrigues de Freitas, 19. À exemplo do que
aconteceu com a mulher assassinada em Caucaia e com a adolescente estuprada e
morta no Mangue do Cocó, Nayara foi executada e seu corpo jogado em uma vala dentro
de um matagal entre os bairros Serviluz e Praia do Futuro. O corpo também
apresentava sinais de violência sexual.
mulher, identificada como Nayara Rodrigues de Freitas, 19. À exemplo do que
aconteceu com a mulher assassinada em Caucaia e com a adolescente estuprada e
morta no Mangue do Cocó, Nayara foi executada e seu corpo jogado em uma vala dentro
de um matagal entre os bairros Serviluz e Praia do Futuro. O corpo também
apresentava sinais de violência sexual.
AMEAÇADOS
Terror entre os umbandistas
Uma carta de quatro folhas, relatando a sequência de mortes
e dando os nomes dos autores das execuções chegou, na semana passada, às mãos
do delegado Jacob Stevenson Mendes e do escrivão Josenildo Moura de Menezes,
ambos lotados no 32º DP (Bom Jardim) e que estão investigando os assassinatos.
e dando os nomes dos autores das execuções chegou, na semana passada, às mãos
do delegado Jacob Stevenson Mendes e do escrivão Josenildo Moura de Menezes,
ambos lotados no 32º DP (Bom Jardim) e que estão investigando os assassinatos.
A carta, cujo teor foi obtido, com exclusividade, pelo Diário
do Nordeste, fala da forma como os crimes são praticados, quem são os seus
autores (praticantes de Umbanda) e o motivo deles. Revela ainda que, o mesmo
grupo que vem cometendo os assassinatos também é o responsável pela violação de
túmulos nos cemitérios de Fortaleza, cujo material (restos mortais humanos) é
utilizado nos rituais de magia negra.
do Nordeste, fala da forma como os crimes são praticados, quem são os seus
autores (praticantes de Umbanda) e o motivo deles. Revela ainda que, o mesmo
grupo que vem cometendo os assassinatos também é o responsável pela violação de
túmulos nos cemitérios de Fortaleza, cujo material (restos mortais humanos) é
utilizado nos rituais de magia negra.
“Ele implorou para não morrer, mas foi oferendado a
Oxossi. Foi executado com um tiro na nuca”, diz um trecho do manuscrito
que está de posse da Polícia. A descrição seria da morte de um agente
sanitarista cujo corpo foi encontrado na manhã do dia 30 de agosto último, no
Jardim Jatobá (Zona Sul). O Diário buscou informações sobre o crime citado na
carta e constatou que ele realmente aconteceu. A vítima, identificada como
sendo Antônio Silva de Oliveira, foi morta a tiro e o cadáver jogado em via
pública.
Oxossi. Foi executado com um tiro na nuca”, diz um trecho do manuscrito
que está de posse da Polícia. A descrição seria da morte de um agente
sanitarista cujo corpo foi encontrado na manhã do dia 30 de agosto último, no
Jardim Jatobá (Zona Sul). O Diário buscou informações sobre o crime citado na
carta e constatou que ele realmente aconteceu. A vítima, identificada como
sendo Antônio Silva de Oliveira, foi morta a tiro e o cadáver jogado em via
pública.
Assim também aconteceu com Francisco George Raulino da
Silva, cujo corpo apresentava lesões provocadas a tiros e golpes de faca, fato
acontecido por volta de 5h41 do dia 24 do mês passado, na Rua Descartes Braga,
Bom Jardim.
Silva, cujo corpo apresentava lesões provocadas a tiros e golpes de faca, fato
acontecido por volta de 5h41 do dia 24 do mês passado, na Rua Descartes Braga,
Bom Jardim.
Terreiros
“Já tem muita gente com muito medo e está deixando de
frequentar os terreiros temendo ser também assassinada. Já estivemos na Polícia
e o caso foi comunicado a autoridades maiores”, disse ao Diário Miguel
Ferreira, representante da Associação Espírita de Umbanda São Miguel. Segundo
ele, de 12 pessoas que estariam listadas para morrer, apenas duas estão ainda
vivas.
frequentar os terreiros temendo ser também assassinada. Já estivemos na Polícia
e o caso foi comunicado a autoridades maiores”, disse ao Diário Miguel
Ferreira, representante da Associação Espírita de Umbanda São Miguel. Segundo
ele, de 12 pessoas que estariam listadas para morrer, apenas duas estão ainda
vivas.
Miguel explica que, na semana passada, compareceu com outros
umbandistas ao 32º DP para se inteirar das investigações em torno do caso.
“O que dizem é que tem cem pessoas para ser mortas em sacrifício”,
explica Miguel.
umbandistas ao 32º DP para se inteirar das investigações em torno do caso.
“O que dizem é que tem cem pessoas para ser mortas em sacrifício”,
explica Miguel.
O umbandista disse que teve acesso a alguns documentos
constantes nos inquéritos instaurados pela Polícia e, segundo ele, as pessoas
citadas como sendo integrantes da seita responsável pelos assassinatos não são
da Umbanda. “As pessoas cujos nomes estão sendo investigados são do
Candoblé e algumas praticam o “Omolokô”, que é uma fusão das duas
religiões”, afirma Miguel.
constantes nos inquéritos instaurados pela Polícia e, segundo ele, as pessoas
citadas como sendo integrantes da seita responsável pelos assassinatos não são
da Umbanda. “As pessoas cujos nomes estão sendo investigados são do
Candoblé e algumas praticam o “Omolokô”, que é uma fusão das duas
religiões”, afirma Miguel.
Ele ressalta ainda que a prática de sacrifícios humanos é
milenar. “Seriam rituais tribais praticados na África há milhares de anos.
Não tenho conhecimento de que isso ainda seja feito”.
milenar. “Seriam rituais tribais praticados na África há milhares de anos.
Não tenho conhecimento de que isso ainda seja feito”.
Enquanto as autoridades policiais fazem mistério em torno
das investigações sobre as mortes macabras, os umbandistas tratam de se
proteger. Na semana passada o fato foi levado ao conhecimento da Coordenação de
Promoção de Políticas Para a Igualdade Racial, órgão ligado à Prefeitura de
Fortaleza.
das investigações sobre as mortes macabras, os umbandistas tratam de se
proteger. Na semana passada o fato foi levado ao conhecimento da Coordenação de
Promoção de Políticas Para a Igualdade Racial, órgão ligado à Prefeitura de
Fortaleza.
Direitos humanos
A repercussão do fato foi imediata e acabou sendo denunciada
à Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, do Ministério da Justiça (MJ).
Segundo Miguel Ferreira, no próximo dia 15, representantes da Secretaria
estarão em Fortaleza para tratar do caso. O caso também já é do conhecimento da
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), que não descarta a
possibilidade de formação de uma força-tarefa para investigar os assassinatos.
à Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, do Ministério da Justiça (MJ).
Segundo Miguel Ferreira, no próximo dia 15, representantes da Secretaria
estarão em Fortaleza para tratar do caso. O caso também já é do conhecimento da
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), que não descarta a
possibilidade de formação de uma força-tarefa para investigar os assassinatos.
JOVEM MORTO
Cadáver enterrado numa cova rasa
Na tarde de 17 de julho passado, a Polícia foi acionada para
ir a um local de crime. Repórteres do Diário do Nordeste acompanharam os
policiais do 32º DP ao ponto indicado. Era um matagal na Rua Orlando Dias, na
Granja Lisboa. Quando repórteres e inspetores chegaram ao local constataram a
veracidade do fato. Ali estava o corpo de um rapaz, identificado, logo em
seguida, como sendo o jovem Tiago de Sousa, 19.
ir a um local de crime. Repórteres do Diário do Nordeste acompanharam os
policiais do 32º DP ao ponto indicado. Era um matagal na Rua Orlando Dias, na
Granja Lisboa. Quando repórteres e inspetores chegaram ao local constataram a
veracidade do fato. Ali estava o corpo de um rapaz, identificado, logo em
seguida, como sendo o jovem Tiago de Sousa, 19.

do rapaz pediu ajuda dos vizinhos e passou a procurá-lo. Foi ela quem encontrou
o corpo de Tiago enterrado em uma cova rasa. “Uma delas ajudou a colocar
mato na cova rasa, mas disse que não sabia que havia um corpo ali”,
explicou o escrivão Josenildo Moura, que esteve no local, horas depois. Ele se
referia às pessoas arroladas como testemunhas do fato.
“Não podemos ainda dizer, com exatidão, se todos esses
crimes foram praticados por uma só pessoa ou por um só grupo, mas há,
realmente, indícios que apontam para algumas coincidências entre eles”,
afirma um dos investigadores que trabalham no caso. Ele cita a forma idêntica
como ficaram os corpos após os crimes.
crimes foram praticados por uma só pessoa ou por um só grupo, mas há,
realmente, indícios que apontam para algumas coincidências entre eles”,
afirma um dos investigadores que trabalham no caso. Ele cita a forma idêntica
como ficaram os corpos após os crimes.
“É muito cedo para definir se esses crimes têm
conotação religiosa. Todos eles, porém, estão sendo apurados. Estamos buscando
informações de outras delegacias para se confirmar ou não a procedência dessa
versão”, disse o delegado Jacob Stevenson, na semana passada.
conotação religiosa. Todos eles, porém, estão sendo apurados. Estamos buscando
informações de outras delegacias para se confirmar ou não a procedência dessa
versão”, disse o delegado Jacob Stevenson, na semana passada.
No 32º DP há, por enquanto, somente um inquérito instaurado
– de número 132-127/09 – onde constam informações sobre os vários homicídios.
– de número 132-127/09 – onde constam informações sobre os vários homicídios.
Notificar
A Polícia vai notificar as pessoas
citadas nas primeiras investigações, ao mesmo tempo ouvir familiares das
pessoas assassinadas. A busca por provas deve incluir também um confronto entre
os laudos cadavéricos produzidos pelos peritos legistas da Coordenadoria de
Medicina Legal (CML), da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce). Até que
tudo seja devidamente esclarecido, com a identificação dos matadores, o
mistério vai persistir.
Direto de Fortaleza 🙁FERNANDO RIBEIRO/EMERSON RODRIGUES
EDITOR/REPÓRTER), para o PRIMEIRA HORA ONLINE
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Foi morto quando esta bebendo por um chefe de umbanda |
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Parte de corpo cortado durante ritual |
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Morto em uma relação sexual com uma mãe de santo |
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Esta vitima teve parte de seu corpo dilacerado em terreiro de umbanda |
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Este corpo foi encontrado em uma encruzilhada |