A pior epidemia de Ebola da história, como classificou
Organização Mundial da Saúde (OMS), já infectou mais de 1 000 pessoas e matou
ao menos 660 no oeste da África. A doença, para a qual não existe cura ou
vacina, é conhecida por ser altamente transmissível e mortal: a taxa de óbitos
entre infectados pode chegar a 90%. Neste fim de semana, com a confirmação do
primeiro óbito na Nigéria, o surto passou a afetar quatro países, incluindo
Serra Leoa, Guiné e Libéria.
Organização Mundial da Saúde (OMS), já infectou mais de 1 000 pessoas e matou
ao menos 660 no oeste da África. A doença, para a qual não existe cura ou
vacina, é conhecida por ser altamente transmissível e mortal: a taxa de óbitos
entre infectados pode chegar a 90%. Neste fim de semana, com a confirmação do
primeiro óbito na Nigéria, o surto passou a afetar quatro países, incluindo
Serra Leoa, Guiné e Libéria.
O vírus Ebola foi descoberto em 1976, quando houve 431
mortes. Desde então, os principais surtos aconteceram em 1995 (254 óbitos),
2000 (224) e 2007 (224), todos na África. O atual surto teve início em março na
Guiné e, em maio, se espalhou para Serra Leoa após um curandeiro infectado
transitar entre os dois países. Profissionais de saúde que ajudam a tratar
pacientes infectados estão entre as vítimas, como um médico que liderava o
combate à doença na Libéria, morto no sábado, e o que chefiava o combate à moléstia
em Serra Leoa, nesta terça-feira.
mortes. Desde então, os principais surtos aconteceram em 1995 (254 óbitos),
2000 (224) e 2007 (224), todos na África. O atual surto teve início em março na
Guiné e, em maio, se espalhou para Serra Leoa após um curandeiro infectado
transitar entre os dois países. Profissionais de saúde que ajudam a tratar
pacientes infectados estão entre as vítimas, como um médico que liderava o
combate à doença na Libéria, morto no sábado, e o que chefiava o combate à moléstia
em Serra Leoa, nesta terça-feira.
Propagação — Alguns fatores ajudam a explicar por que a
epidemia cresceu tanto. Um deles é o fato de que, pela primeira vez, o vírus
ultrapassou áreas rurais e chegou às capitais, onda a densidade demográfica é
mais alta. “Os surtos anteriores foram localizados, o que facilitou o
isolamento dos pacientes e o controle da doença”, disse ao jornal
britânico The Guardian Nestor Ndayimirije, representante da OMS.
epidemia cresceu tanto. Um deles é o fato de que, pela primeira vez, o vírus
ultrapassou áreas rurais e chegou às capitais, onda a densidade demográfica é
mais alta. “Os surtos anteriores foram localizados, o que facilitou o
isolamento dos pacientes e o controle da doença”, disse ao jornal
britânico The Guardian Nestor Ndayimirije, representante da OMS.
Além disso, crenças populares e falta de informação atrapalham
o combate à moléstia. Como não existe prevenção contra a doença, medidas como
identificar pessoas infectadas rapidamente e colocá-las em quarentena para
evitar transmissão do vírus ajudam a controlar o surto. No entanto, nos países
endêmicos, há relatos de pessoas que escondem familiares doentes; de pacientes
que fogem do isolamento; e de famílias que mantêm o cadáver de um parente por
vários dias em suas casas.
o combate à moléstia. Como não existe prevenção contra a doença, medidas como
identificar pessoas infectadas rapidamente e colocá-las em quarentena para
evitar transmissão do vírus ajudam a controlar o surto. No entanto, nos países
endêmicos, há relatos de pessoas que escondem familiares doentes; de pacientes
que fogem do isolamento; e de famílias que mantêm o cadáver de um parente por
vários dias em suas casas.
A OMS afirma que divulgar o maior número de informações
sobre a doença para a população é importante para prevenir os surtos de Ebola.
Mas o baixo investimento em saúde nos países acometidos pela doença dificulta
essa estratégia. Segundo reportagem da rede americana CNN, na Guiné, por
exemplo, onde a expectativa de vida da população é de 58 anos, o governo gastou
uma média em 7 dólares por pessoa em saúde em todo o ano de 2011. No mundo, a
média em 2010 foi de 571 dólares per capita.
sobre a doença para a população é importante para prevenir os surtos de Ebola.
Mas o baixo investimento em saúde nos países acometidos pela doença dificulta
essa estratégia. Segundo reportagem da rede americana CNN, na Guiné, por
exemplo, onde a expectativa de vida da população é de 58 anos, o governo gastou
uma média em 7 dólares por pessoa em saúde em todo o ano de 2011. No mundo, a
média em 2010 foi de 571 dólares per capita.
Algumas autoridades de saúde africanas, porém, acreditam que
os relatos de casos e mortes têm dado mais atenção ao Ebola. “Não estamos
dizendo que está tudo bem, mas agora há menos pessoas morrendo em
silêncio”, disse Sakouba Keita, ministro da Saúde da Guiné.
os relatos de casos e mortes têm dado mais atenção ao Ebola. “Não estamos
dizendo que está tudo bem, mas agora há menos pessoas morrendo em
silêncio”, disse Sakouba Keita, ministro da Saúde da Guiné.
Medidas — Um comunicado da OMS divulgado na semana passada
exigiu que os governantes adotassem medidas “drásticas” para combater
o surto atual diante da preocupação com a possibilidade de transmissão a países
vizinhos.
exigiu que os governantes adotassem medidas “drásticas” para combater
o surto atual diante da preocupação com a possibilidade de transmissão a países
vizinhos.
No domingo, a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf,
anunciou o fechamento da maior parte das fronteiras terrestres do país. Os
poucos pontos que não foram interditados, segundo ela, terão centros para
auxiliar na prevenção da epidemia. Ellen também determinou que hotéis e
restaurantes exibam a seus clientes um vídeo de 5 minutos contendo informações
sobre a moléstia e proibiu eventos públicos e manifestações, para reduzir o
risco de contágio.
anunciou o fechamento da maior parte das fronteiras terrestres do país. Os
poucos pontos que não foram interditados, segundo ela, terão centros para
auxiliar na prevenção da epidemia. Ellen também determinou que hotéis e
restaurantes exibam a seus clientes um vídeo de 5 minutos contendo informações
sobre a moléstia e proibiu eventos públicos e manifestações, para reduzir o
risco de contágio.
Mundo — A OMS considera baixo o risco de contágio entre
pessoas que viajam a regiões endêmicas, já que a transmissão do vírus acontece
a partir do contato com fluidos corporais dos doentes (sangue, suor, urina e
saliva, por exemplo) – e não pelo ar, por exemplo.
pessoas que viajam a regiões endêmicas, já que a transmissão do vírus acontece
a partir do contato com fluidos corporais dos doentes (sangue, suor, urina e
saliva, por exemplo) – e não pelo ar, por exemplo.
Nesta terça-feira, o ministro da Saúde, Arthur Chioro,
afirmou que o governo brasileiro segue as recomendações da OMS – não há
indicação para que pessoas deixem de viajar a países endêmicos. “A
situação nesses países se agrava pois são regiões em conflito, aonde os
profissionais de saúde muitas vezes têm dificuldades para chegar. Mas, pelas
características de transmissão da doença, não há risco de disseminação
global”, afirmou Chioro.
afirmou que o governo brasileiro segue as recomendações da OMS – não há
indicação para que pessoas deixem de viajar a países endêmicos. “A
situação nesses países se agrava pois são regiões em conflito, aonde os
profissionais de saúde muitas vezes têm dificuldades para chegar. Mas, pelas
características de transmissão da doença, não há risco de disseminação
global”, afirmou Chioro.
O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão
de saúde dos Estados Unidos, acredita que o risco de o surto de Ebola se
espalhar pelo país é remoto. Dois americanos contraíram o vírus na Libéria,
onde estão recebendo tratamento.
de saúde dos Estados Unidos, acredita que o risco de o surto de Ebola se
espalhar pelo país é remoto. Dois americanos contraíram o vírus na Libéria,
onde estão recebendo tratamento.
Entenda o surto de
Ebola na África.
Ebola na África.
O vírus Ebola foi descoberto em 1976 a partir de
diagnósticos simultâneos na República Democrática do Congo e no Sudão, na
África. Ele provoca uma grave doença conhecida como febre hemorrágica Ebola,
que pode afetar seres humanos e primatas, como macacos e chipanzés. O surto de
Ebola pode chegar a provocar a morte de 90% das pessoas infectadas. Atualmente,
não existe vacina e nem cura para a doença.
diagnósticos simultâneos na República Democrática do Congo e no Sudão, na
África. Ele provoca uma grave doença conhecida como febre hemorrágica Ebola,
que pode afetar seres humanos e primatas, como macacos e chipanzés. O surto de
Ebola pode chegar a provocar a morte de 90% das pessoas infectadas. Atualmente,
não existe vacina e nem cura para a doença.
Como a doença é
transmitida
transmitida
O Ebola é transmitido de pessoa para pessoa principalmente a
partir do contato direto com sangue, secreções e outros fluidos corporais de
pessoas infectadas. A transmissão também pode acontecer a partir do contato com
ambientes e objetivos contaminados por esses fluidos, como roupas. Segundo a
OMS, não há risco de contágio no período de incubação do vírus — ou seja, entre
a infecção e os primeiros sintomas. No caso do Ebola, esse tempo pode variar de
2 a 21 dia
partir do contato direto com sangue, secreções e outros fluidos corporais de
pessoas infectadas. A transmissão também pode acontecer a partir do contato com
ambientes e objetivos contaminados por esses fluidos, como roupas. Segundo a
OMS, não há risco de contágio no período de incubação do vírus — ou seja, entre
a infecção e os primeiros sintomas. No caso do Ebola, esse tempo pode variar de
2 a 21 dia
A doença costuma aparecer com quadros de febre, fraqueza e
dores musculares, de cabeça e de garganta. Em seguida, surgem sinais como
náusea, diarreia, feridas na pele, problemas hepáticos e hemorragia interna e
externa. O tempo entre a infecção pelo vírus e o os primeiros sintomas variam
de 2 a 21 dias.
Ebola volta com força total
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